Se o Hotel Guadiana foi para muitas gerações de
vila-realenses uma espécie de hotel cheio de fantasmas o novo Grand House é uma
espécie de hotel fantasma, surgiu ali de forma muito estranha, é um hotel que
parece ter um dono fantasma. Se acreditarmos na papelada o dono será um tal Luís
Sequeira que construiu uma empresa com 15.000€ e mal tinha feita a escritura
ganhou logo o concurso lançado pelo Luís Gomes, num concurso onde estranhamente
foi o único concorrente. Recebeu de bandeja umas centenas de milhares de um
programa cofinanciado pela UE e tomou conta de vários edifícios, incluindo o Hotel
Guadiana que a autarquia expropriou, dando início a um processo judicial que
ninguém sabe como vai terminar.
Acontece que esse tal Luís Sequeira está longe de ter um
apelido que nos faça lembrar os grandes investidores sul-africanos que foram
notícia e que ainda são referidos no site da SGU. Aliás, a sede da micro-empresa
fica no Algarve e não consta que seja num escritório de investidores da África
do Sul. Com menos mania das grandezas a nossa autarca costuma falar dos donos
da Grand House com um grande grupo hoteleiro, ainda que ninguém saiba de outro hotéis
do tal grande grupo. Mais uma vez o tal Luís Sequeira não parece ter cara de
grande grupo hoteleiro.
Um grande empresário com 15.000 euros consegue ficar com um
hotel, um bar na foz do Guadiana e um edifício histórico, o mais nobre da
frente pombalina da marginal, o edifício da Alfândega, sem meter um tostão. O
certo é que o nosso ricaço de 15.000 euros, supostamente um grande investidor
sul-africano e proprietário de um grande grupo hoteleiro, tendo conseguido um golpe
de magia ao suportar mais de um milhão de prejuízos com o seu capital de
micro-empresa.
Mais recentemente surgiu uma senhora do Note, a Raquel
Schreinert que veio bem lá do norte, onde vive e trabalha, para ser seguidora
do Largo da Forca e comentar em defesa dos misteriosos donos do Grand House.
Fez um comentário muito interessante num post alusivo ao hotel fantasma:
“Raquel Schreinert O hotel está fantástico
Deixou de ser um mono ao abandono como tantos por aí
espalhados.
Quem investiu foram empresários do norte que trabalham a
sério sem problemas de coluna outros. Empresários que pagam impostos para a
terra e criaram postos de trabalho.
Ou queriam fazer do hotel mais lojas de atoalhados e
afins?... cuja confecção por acaso é também nortenha.
Quem se hospeda lá? Olhem para os carros estacionados em
frente.”
Afinal o hotel tem donos, o Luís Sequeira dos 15.000 €
parece se rum testa de ferro e os empresários são do norte. O que a Raquel não
explicou muito bem é qual foi investimento dos tais empresários, foi o investimento
na instalação do hotel ou os prejuízos de exploração. Afinal há mesmo
fantasmas, investidores que não dão a cara. Aliás, o balanço do hotel levanta o
véu, ao referir que foram feitos empréstimos para cobrir os prejuízos que
brevemente serão convertidos em capital. Isto é, o tal Luís Sequeira pode
desaparecer para dar lugar aos verdadeiros donos, que ainda são bem mais anónimos
do que o Largo da Forca. Reza o balanço a que o LdF teve acesso:
“O montante total de 1.267.886 euros em saldo não corrente
diz respeito a saldos devidos a potenciais sócios da sociedade. Está previsto a
alteração da estrutura estatutária da sociedade no decorrer do ano 2019. Nesse
momento, estes valores serão convertidos em suprimentos”
Enfim, uns fantasmas generosos, primeiro dão o dinheiro e só
depois serão promovidos a sócios...
Fantasmas, sócios anónimos, mas para a autarquia parece que
estes são anónimos bons.
Por aqui já tínhamos reparado que algo estava a mexer, uma
tal Nídia Magalhães que há muito não se deixava ver mas recebia pontualmente o
seu vencimento como responsável dos recursos humanos , papel em que tem umas
atitudes a que voltaremos em breve. A senhora voltou e o seu regresso foi tão
festejado pelas chefias que ficámos com a impressão que estavam a dar as
boas-vindas à dona ou à representante dos donos?
Mas quem esta Nídia Magalhães que vinda de muito longe cai
aqui de paraquedas como responsável pela gestão dos recursos humanos de um
pequeno hotel, com pouco mais do que três dúzias de trabalhadores, neles
incluindo as chefias?
Vale a pena recuar no tempo e recordar um caso muito
badalado na comunicação, as famosas adoções pelos bispos chefes da IURD, incluindo
o próprio Macedo. Pois a nossa Nídia Magalhães era nem mais, nem menos do que a
advogada da IURD neste processo, tendo ela próprio adotado crianças. É um caso
demasiado sensível para que o bispo Edir Macedo e o seu genro tenham procurado
um advogado nas páginas amarela. E foram logo encontrar uma advogada
desconhecida em Gaia para tratar de um caso que corria em Lisboa.
É óbvio que ninguém acredita que a nossa Nídia tenha sido
uma desconhecida advogada que nunca tinha visto o Edir mais gordo. Um caso
deste envolve mais intimidade do que isso. Se recuarmos e vermos a reportagem da CM TV sobre esta personagem ficamos a saber que será uma advogada milionária
que vive luxuosamente me Gaia. E aqui colocamos uma questão: alguém acredita
que uma advogada milionária que tem uma mansão luxuosa em Gaia vem para este
cantinho gerir os recursos humano de um hotel que pertence a um tal Luís Sequeira
que tem 15.000 € de capital?