Alguma instituição menos querida de Sua Excelência precisa
de ir a Faro transportar alimentos do
Banco Alimentar? Não há dinheiro para reparar o camião, desenrasquem-se.
Algum grupo de estudantes precisa de um autocarro para uma
qualquer atividade? Sua Excelência queixa-se que de o FAM aplicou um torniquete
financeiro, se querem um autocarro que o
vão pedir à CM de Castro Marim.
Há lixo por todo o lado, a Rua Teófilo Braga está porca e o pelourinho
sujo? Esperem que chova, até lá manda-se uma funcionária limpar o pelourinho e
baldeia-se a avenida, não vá algum irritante da oposição andar a tirar fotografias.
Os contentores de lixo nas ruas de VRSA metem nojo? Não há
dinheiro para alternativa.
Desde que Sua Excelência percebeu que as consequências do cumprimento
do acordado com o FAM poderia ter consequências muito graves para a sua vida
que não há dinheiro para nada, aliás, para quase nada porque há um “quase” para
o qual não falta ou não pode faltar dinheiro, pouco importando o que se passa
em todo o concelho.
E qual é esse quase para o qual nunca poderá faltar
dinheiro? É dinheiro para pagar a advogados para defenderem Suas Excelências de
enfrentarem as consequências pela má gestão. O relatório da IGF apontava para
uma queixa no Ministério Público junto do Tribunal de Contas, do que podem
resultar consequências financeiras para o cantor das botinhas brancas, para
além de uma perda de mandato, o que o impedirá de se candidatar ao lugar da “antes
era São” nas próximas autárquicas.
Quando o relatório foi tornado público Sua Excelência enterrou o cantor das botinhas
brancas, como uma declaração feita numa reunião da Assembleia Municipal. Sua Excelência
crucificou o antecessor e de seguida o Faustino veio em seu apoio, parecendo um
romano a passar um pano com vinagre pela cara do cantor das botinhas brancas.
Mas afinal Sua Excelência tem uma imensa bondade e arranjou
39.000€ mais IVA para defender a autarquia nesta questão. Por outras palavras,
num gesto de imensa generosidade vai defender o seu antecessor, o tal que a crer
na sua declaração era o responsável. Isto é, arruínam o concelho e ainda têm de ser as suas vítimas a pagar
aos advogados.
Na China obrigam os condenados a pagar a bala, por aqui são os municipes que ainda pagam a bala com que arruínam o concelho.
Na China obrigam os condenados a pagar a bala, por aqui são os municipes que ainda pagam a bala com que arruínam o concelho.