Tocando trombone no Malecón (marginal de Havana)
Toda a gente sabe que a Rádio Guadiana não é nem nunca foi
uma rádio independente, são conhecidos os ganhos do dono desta rádio nos
negócios com a autarquia bem como as suas relações próximas com o antecessor da
atual autarca. Ainda que sejam mais ou menos públicas a distância em relação à
São Cabrita, o dono da Rádio Guadiana é muito próximo do Luiz Gomez, como,
aliás, ficou evidente na última ida deste àquela rádio.
Não sendo propriamente alguém de esquerda há qualquer coisa
de errado quando alguém tão ligado e apoiante de Luiz Gomez patrocina uma candidatura
da CDU, apoiando claramente a pré-candidatura do responsável do PCP local
Álvaro Leal, chegando mesmo a oferecer por duas vezes para mandatário do
candidato. Lamentavelmente o candidato não foi capaz de assumir que as
diferenças ideológicas tornam esse estatuto um absurdo, mas o responsável do
PCP lá saberá o porquê da sua posição ou da falta dela.
É bom lembrar que Luiz Gomez beneficiou do apoio dado pelo
PCP durante o seu mandato, apoio que só foi quebrado quando o seu vereador não
aceitou a substituição e se passou para o PSD, tendo desde então obtido grandes
proveitos, algo que nunca teria tido na condição de militante honesto de um
partido da oposição. Infelizmente foram muitos os que se deixaram comprar pelo
poder.
Também é bom que se recorde o que se passou durante anos em
VRSA com a presença cubana, uma presença que certamente envolveu os serviços de
informação. Aliás, ainda recentemente foi notícia o assassínio da mulher
seguido de suicídio por um coronel cubano, que liderava os cubanos enviados
pelo regime para a nossa terra. E toda a gente sabe que no regime cubano
poderão haver escritores ou poetas que são coronéis, mas ninguém chega a
coronel por ser escritor. A par disto a CM proporcionou muitas centenas de
milhares de euros aos cubanos e todos os negócios com Cuba estão escondidos em
muitas sombras.
É neste quadro que o candidato do PCP aparece a lançar a sua
candidatura apoiado por gente de mão do Luís Gomes e o espetáculo só não foi mais deprimente porque
Pedro Pires esteve ausente. A última edição do programa foi má demais e
lamenta-se o papel desempenhado por Álvaro Leal, de quem esperávamos mais. Não
basta justificar-se dizendo que vai a todo o lado onde o convidem, às vezes a
coerência obriga-nos a dizer não.