Depois da construção ilegal de belos quiosques que foram
derrubados, depois de prometida uma marginal nova para o verão de 2017, de centenas
de milhares de euros deitados à rua num processo que pode indiciar administração
danosa, da destruição dos quiosques e do disfarce das sapatas em betão armado,
eis que Monte Gordo parece que vai ter uma nova marginal. O problema é que
aquilo parece mais a marginal de Beja com vista para as colinas alentejanas.
Uma avenida margina é por definição uma avenida junto ao
mar, só que esta deixou de ser junto ao mar para estar ao lado de umas colinas
que fazem lembrar o Alentejo, um bocadinho maior e até poderiam lembrar os cerros da nossa
serra. Esperemos que um dia destes possamos ver por ali um bando de grus ou
mesmo de abtardas. A bela Monte Gordo de onde se via a praia e o mar foi convertida
numa pequena vila do interior alentejano.
Primeiro destruíram a vista para o mar com um passadiço que
apenas visou promover alguns negócios ganhos por amigos, incluindo um líder
local do PSD, gastaram centenas de milhares de euros para criarem uma estrutura
que permitisse aos restaurantes terem vista para o mar e aceso por passadeiras
elevadas para os seus clientes. Com o passadiço que nos vai custar os olhos da
cara em manutenção reservaram a vista para os restaurantes. Agora nem a tralha
do passadiço se consegue ver e quem chegar à marginal de Monte Gordo arrisca-se
a pensar que está em Ourique ou em Almodôvar.
Um jardim paupérrimo, sem quaisquer sombras, sem vista para
nada, sem gerar um ambiente fresco, quem se sentar num daqueles bancos no mês
de agosto arrisca-se a deixar a pele nos parafusos das tábuas!
Será que aquela colinas serão imitações de dunas? Talvez
sejam e se assim for até se compreende, porque começa a ser óbvio que há uma
mão invisível que impede a formação de dunas. Diziam que o passadiço era para
proteger as dunas, mas a verdades é que estranhamente estas não se forma e de
vez em quando parece que alguém andou a preparar as areias para uma sementeira.