Os filmes, mesmo as curtas metragens, levam o seu tempo a
serem produzidas e colocadas no mercado, foi o que sucedeu com a curta metragem
“As horas de luz”, do realizador António Borges Correia, dedicada à obra de
Luís Gomes no domínio da oftalmologia:
"As Horas de Luz retrata os problemas do envelhecimento e da
doença, um tema recorrente na obra do realizador António Borges Correia. Maria
espera por uma operação às cataratas, que quase lhe tiraram a visão. Mas, a sua
dependência despertará nos vizinhos, e na filha distante, uma oportunidade de
reatar laços perdidos. Um filme protagonizado por Paula Só, José Eduardo,
Anabela Brígida e pela cidade única de Vila Real de Santo António, a ver em
estreia exclusiva no TVCine 2, dia 25 de setembro, quarta-feira, às 22h00."
Anos depois eis que o passado vem ao de cima e de uma forma
sempre oportuna, as relações com Cuba, a forma como alguns não se importaram
com os ataques ao SNS como se PPP cubana fosse boa. Há uma infinidade de
dúvidas que a presença cubana em VRSA suscita e que os vila-realenses ainda não
tiveram respostas.
A questão das cataratas foi uma pantomina, se não fossem as
cataratas seria o cancro da próstata, a reabilitação física ou uma qualquer
área onde os cubanos pudessem vender serviços de saúde a troco de divisas. As
cataratas foram apenas uma boa oportunidade, porque estavam em causa os idosos
e através destes muitos votos, porque as filas de espera eram longa, porque era
um domínio em que o SNS estava atrasado.
Agora e quando já terminou a pantomina da CM com dinheiro
para ter um serviço de saúde municipal, quando já só alguns parecem ter acesso
aos cuidados médicos dos Bacalhaus eis que somos confrontado com o filme onde
até o Faustino aparece como artista no papel de um jornalista que faz perguntas
combinadas ao autarca que hoje anda por aí a cantar, calçado com botinhas
brancas.
Mas há um pequeno problema, quanto é que a CM gastou com
este filme? Se com os pequenos vídeos sem grande qualidade utilizados na
propaganda da CM foram gastas fortunas, como é que vamos à Base Gov e não
aparece um tostão gasto que possa ser atribuído a uma forma de pagamento
relacionada com este filme?
Só algum imbecil pensa que foi uma borla, que um realizador
soube da obra do agora cantor com botinhas brancas e investiu o seu dinheiro
neste filme. Mas ainda bem que veio à luz, é um bom pontapé de saída para
dedicarmos alguns posts ao problema incómodo da presença de coronéis cubanos em
Vila Real de Santo António, pagos com o nosso dinheiro.