DITADOS POPULARES: DIZ-ME COM QUEM ANDAS, DIR-TE-EI QUEM ÉS


Há responsáveis autárquicos e governantes que estão neste momento sob investigação criminal, com alguns já constituídos arguidos e até já foram presentes a juízes de instrução, por negócios envolvendo adjudicações diretas de menor valor do que as que foram feitas ao dono da Rádio Guadiana, um apoiante de sempre do Luís Gomes e que apenas com este acedeu a negócios camarários.

Não admira que quando os beneficiários do poder se sentiram ameaçados tenham decidido fazer alguma coisa. Foi então que o dono da Rádio Guadiana relações as “Bocas no Trombone” um programa moribundo, para promover a candidatura do comunista Álvaro Leal. Aliás, os primeiros sinais de apoio dados a Álvaro Leal surgira no grupo VRSA+Espectacular, assinados pelo seu administrador e empresário do fast food.

Não admira que esse mesmo empresário tenha aparecido “casualmente” nas Bocas no Trombone para dar a sua bênção ao candidato comunista, ao mesmo tempo que o dono da Rádio Guadiana se oferecia ao candidato para ser seu mandatário. Aliás, essa proposta foi depois renovada, sem que o candidato a tenha declinado de forma clara, apesar das supostas distâncias políticas. Nem mesmo o fato de um militante comunista local ter apresentado uma queixa crime contra o radialista, acusando-o de ameaça de morte parece ter incomodado o candidato do PCP.

O que levará um fiel e firme apoiante de Luís Gomes a apoiar um candidato do PCP? que relação de simpatia e intimidade existe para que alguém que ganhou tantas centenas de milhares de euros em adjudicações diretas do município seja tão ternurento com um candidato do PCP e este se mostre tão dócil na resposta? São perguntas que qualquer um coloca. Será que a velha aliança entre PCP e Luís Gomes está sendo renovada depois de o PCP ter ajudado o agora cantor de botinhas brancas a tomar conta da nossa terra?

Por mais de uma vez o candidato do PCP justifica a sua presença naquele programa com uma disponibilidade para ir a qualquer lado que o convidem. Ele sabe muito bem porque foi relançado o programa, quem se oferece para ser seu mandatário, quem ganhou mais de um milhão com a autarquia, quem ameaçou de morte um camarada (a crer na queixa apresentada). Sabe muito bem o serviço que presta ainda que julgue que recebe proveitos em troca. Mas é esse o negócio do Mendes, tu ajuda-nos a manter um poder que arruinou a terra e em troca damos-te antena para dizeres ao Jerónimo de Sousa que ganhaste mais votos do que nas últimas eleições. Enfim, cada um está no direito de escolher quem o ajuda.

O último programa, já com a presença do delegado do agora cantor das botinhas brancas, o senhor que ganhou um restaurante no passadiço depois de ser líder local do PSD e presidente da SGU, mostrou uma relação entre a direita e o candidato do PCP bem mais dócil e amigável do que aquela que provavelmente existe entre a São e o Romão. DO candidato do PCP apenas ouvimos críticas superficiais e conflitos facilmente superáveis. O momento de maior conflito foi quando o senhor da Muxama falou de sede do PCP e foi repetidamente corrigido, não é sede, é um centro de trabalho.

De resto, vimos um candidato do PCP que não esteve à altura dos argumentos do senhor da Muxama e deu ares de ser um vereador dócil da velha maioria renovada, foi tão simpático que até prescindia do seu tempo para que o Pires tivesse mais tempo para dar explicações. Deprimente.