COLHERES DE PAU




A nossa autarquia tinha tanto dinheiro para gastar que só em som para tanta festarola permitiu ao senhor da rádio local, uma espécie de Voz Luís Gomes, qualquer coisa como mais de um milhão de euros em adjudicações diretas. Tudo servia para festejar, não sendo de admirar que até o aniversário da atual autarca tenha servido para encher o campo do Lusitano numa jantarada de eleições.

Agora jã não há dinheiro, mas se recuarmos no tempo encontramos iniciativas para todos os gostos, de gabinetes para apoiar famílias em dificuldades financeiras a saberem gerir o seu dinheiro até gabinetes do empreendedorismo. Até a atual sede do PCP está num imóvel que foi recuperado para uma qualquer boa ação.

Agora que o dinheiro escasseia que há por aí quem se recorde dessas iniciativas os responsáveis pela gestão da imagem da autarquia acharam que o melhor era ressuscitar as iniciativa antes que alguém se recorde, de caminho colocam uma notícia no site e mandam um comunicado para o Correio da Manhã.

A mesma autarca que manda dizer que acabaram as boleias para transporte de alimentos do Banco Alimentar contra a fome, que (tentou) recusar o passe social a uma criança carenciada que mudou de escola para se proteger depois de ter sido agredida por uma professora e que mandou fechar a casa do avô está agora cheia de uma imensa bondade e mandou fazer uma recolha de equipamentos de apoio para pessoas com problemas de mobilidade.

É uma pena que esta preocupação com as pessoas com problemas de mobilidade não tenha servido para cumprir a palavra dada a um cidadão a quem prometeu ir à praia de Monte Gordo conduzindo, procurar sítio para estacionar e depois ir de cadeira de rodas até ao mar. Mas enfim, esta foi mais uma mentirinha  a que a autarca já nos habituou e se de um ponto de vista humano diz muito sobre a pessoa, nem sequer é das mentirinhas mais graves que já lhe ouvimos.

Mas fica aqui uma pergunta, porque é que a autarca não vai ao mesmo saco de dinheiro da campanha eleitoral do PSD que usou para oferecer cadeiras a deficientes e colocar as fotografias para que o povo ficasse a saber da generosidade oportunista da sua candidatura e compra mais uma dúzia de cadeiras? Se o dinheiro já acabou não faltam por aí empresários que muito devem à autarquia e que poderiam dar uma pequena percentagem do muito que ganharam, estamos certos de que um peditório junto da ESSE, da Eco ambiente, do Morais Sarmento ou do Mendes daria dinheiro para ajudar muita gente.

Enfim, no tempo da fartura prometiam uma cadeira num dia e entregavam.no no outro, o importante era a fotografia para ganhar votos a qualquer custo, agora fazem peditórios para arranjarem um par de muletas.  O que importa é usar o sofrimento alheiro para obter ganhos políticos e quem não sabe o que fazer, faz colheres de pau.

PS: deixamos aqui um desafio ao responsável financeiro da candidatura autárquica da São Cabrita para que torne pública a fatura e que prove que a mesma foi incluída nas contas da candidatura.