Corria o ano de 2011, VRSA respirava progresso, na saúde não
tinha igual, ia ter uma grande unidade de cuidados continuados, a frente
ribeirinha iria ser uma nova Dubai, o dinheiro sobrava e tudo servia para
festas, o paisagista botiquense desdobrava-se entre compras de livros e
estátuas, a SGU pagava acima de qualquer média, os funcionários camarários aderiam
alegremente às arruadas do regime.
O dinheiro era tanto que o Luís Gomes, que agora é Luiz
Gomez e canta de botinhas brancas, era um ministro de todas as pastas, com Cuba
foi da Saúde, com a fartura de dinheiro era das Finanças, com a frente
ribeirinha era das Obras Públicas, com o cluster do mar era da Economia, tudo
era felicidade económica numa terra que alguns diziam e propagandeavam como Espetacular.
O dinheiro já sobrava, não havia espaço para tanto
investimento, estava na hora de internacionalizar e dar ao agora cantor de
botinhas brancas uma dimensão internacional. A escolha foi a óbvia, Cabo Verde,
terra de sucesso para gente bem sucedida como Dias Loureiro e Bruno Fernandes.
Luís Gomes lá apanhou o avião e foi mais uma comitiva de empresários locais.
“Neste âmbito, o autarca, empresários e representantes da
Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (Acral) foram recebidos
por membros da Câmara de Turismo de Cabo Verde, pela Cabo Verde Investimentos,
por um representante das relações exteriores do país, bem como um representante
do ministério das infraestruturas e da economia marítima.”
E quem lia o pasquim era capaz de pensar que este homem dava
uma grande ministro, nada explicando porque acabou a cantar calçando as famosas
botinhas que nós tanto apreciamos:
“Ao nível do fomento económico, o programa contemplou uma
conferência com os municípios geminados com Cabo Verde, onde os representantes
de cada uma das cidades convidadas refletiram e partilharam experiências sobre
o que deve ser o turismo de qualidade e como pode esta atividade envolver as
populações locais e promover o desenvolvimento sustentável.”
Com grande social-democrata com uma perninha em Cuba o nosso
Luiz nem esqueceu as preocupações sociais, tudo era perfeito:
“Por outro lado, avaliou-se a forma sobre como podem os
operadores turísticos e as empresas locais aumentar os seus índices de
responsabilidade social.”
O nosso Luiz até plantou ma árvore no Sal...
Já lá terá voltado para regar a árvore e inteirar-se dos granes
investimentos feitos ou certificar-se de que estes tinham respeitado as suas
preocupações sociais? Agora que a nossa terra está falida faz sentido perguntar
à São, que está na posse deste dossier, quanto é que a sua câmara falida gastou
com mais esta fantochada? Quem foram os empresários que viajaram à conta?