Muitos dos jovens que irão votar daqui a dois anos ainda
estavam no ensino básico quando o concelho de VRSA foi “declarado” falido,
tendo recorrido À ajuda do PAEL e, depois, do FAM para evitar a vergonha pública
de ficar insolvente. Significa que nos últimos anos tivemos oito de orgia
financeira irresponsável e outros oitos de miséria.
Mais quatro anos disto, com estes ou outros autarcas sucedâneos
destes e esses jovens quase entram na vida profissional sem que saibam o que é
viver num concelho com uma autarquia a sério. Terão uma ideia de ter visto as nádegas
do Castelo Branco bamboleando em cima do reboque de um trator, de ter visto alguns
cantores pimba, de se terem cruzado com uns cubanos que viviam à nossa custa
sem saberem o que por cá faziam. Mas não viram uma autarquia norma, a fazer e a
ser gerida como as outras.
Uma empresa de estacionamento que só serve para cobrar taxas
cujo dinheiro tem um destino que ninguém sabe qual é, uma empresa de recolha de
lixo que não recolhe lixo, uma empresa que vende a mesma água a um preço muito
superior e que cobra multas a torto e a direito. É isto o que sobrou do
concelho, uma espécie de coutada falida onde os cidadãos foram reduzidos a
peças de caça.
Depois de oito anos de orgia financeira e de outros oito de incompetência, mais quatro de incompetência ou inércia seria dramático, totalizariam mais de uma década e meia, quase duas décadas de perdas de oportunidade e de atraso. Não basta mudar apenas de cores, o futuro não está entre a São e o Gomez, entre este e o Araújo, entre um dos Álvaros ou entre estes e a São e o Luiz. A escolha terá de ser entre competentes e incompetentes, entre servir ou servirem-se, entre mudar ou fazer de conta que se muda.
É tempo de escolher os melhores, os mais honestos, os mais
independentes de interesses e que sejam os cidadãos as escolhê-los, sem jogos
de fações partidárias. O Municio não é de grupos de assessores ou funcionários amigos,
de fações partidárias, de inúteis ambiciosos ou de aldrabões. O Município é de
todos e de cada um dos vila-realenses. Devemos agarrar a última oportunidade e
quebrar com o ciclo da incompetência e do oportunismo.
É preciso recuperar a democracia em toda a sua plenitude,
que sejam todos a escolherem os melhores para os representar, o concelho não tem de estar sujeito a escolher entre vencedores de jogos sujos de diretórios partidários. O concelho pode e deve escolher livremente e sem que a escolha seja feita por "empresários" ou diretórios ao serviço destes.