INTERESSES ECONÓMICOS




Um concelho mesmo falido e incapaz de assegurar aquilo que poderíamos designar por serviços autárquicos mínimo, ainda pode dar de ganhar a gente escrupulosa, Há muitos licenciamentos fáceis, zonas ambientais que merecem ser protegidas e que despertam a ganância de empresários menos escrupulosos.

Ainda há muitos terrenos que por golpe mágico poderão ser vendidos, há zonas de dunas onde aparecem restaurantes como se fossem estranhos cogumelos, há edifícios que podem ser “nacionalizados” para serem entregues a empresários, há licenças de obras questionáveis. E se nós temos hoje no concelho empresários que construirão grupos comerciais ou da restauração com mérito, também temos por aí muitas obras duvidosas.

É por isso que é bom que os vila-realenses olhem aos sinais, porque se uns levam um envelope com uma sopa outros podem levar um envelope com um hotel ou com uma licença que podem valer milhões.

Não há autarcas ou candidatos a autarcas com poderes mágicos ou tão lindos e competentes que consigam unir em seu torno a nata empresarial. É natural que os empresários apoiem este ou aquele candidato, mas quando há interesses imobiliários ou outros envolvidos é bom que os candidatos não os exibam como certidão de uma espécie de competência técnica que atrais os empresários como se estes fossem certificadores de políticos.

Em democracia cada cidadão vale um voto e é bom que os candidatos respeitem este princípio, abstendo-se de apresentar-se rodeados de empresários, como se uns contassem mais do que os outros. É bom que em democracia as candidaturas apresentem ideias em vez de empresários ou de ilustres doutores vindos não sei de onde e a que propósito. É bom que os candidatos exibam ideias em vez de campanhas onde se percebe que há muito dinheiro, chegando-se a gastar mais num pequeno concelho do que se gasta nas campanhas d concelhos bem maiores.