Não vale a pena dizerem que 2019 foi um ano de rigor e que
2020 será de retoma, se o disserem não só é mentira, como já disseram essa
mesma mentira no ano passado. A autarquia continua à beira de um precipício
financeiro e basta que os juros nos mercados internacionais subam para que os
juros pagos pela dívida ao FAM subam na mesma proporção e isso pode suceder em
qualquer momento.
2019 não foi um ano de rigor, antes pelo contrário, foi o
ano em que de forma apressada tiveram de dar uma cambalhota e matar a SGU com
efeitos retroativos. Isso de pois de dizerem que andavam a estudar, fazendo de
conta que uma empresa que já estava falida ainda podia ter um futuro radioso.
Venderam tudo, venderam as águas, entregaram a recolha de
lixo, hipotecaram todo o património e como já não havia como gastar mais
esconderam dívida em contenciosos judiciais. Depois dizem que são apanhados de
surpresa com dívidas que desconheciam, da mesma forma que daqui a um par de anos
apanharemos com a dívida da água.
“D. João II recuperava para a coroa o património
distribuído com generosidade pelo seu pai, D. Afonso V, que o deixara, conforme
desabafou, “rei das estradas de Portugal”. A nossa autarca vai deixar o
Município ainda pior, as estradas são do Estado nem nas ruas é rainha, porque
deram as ruas à ESSE e sem receber quase nada em troca. E os vila-realenses que
ainda não perceberam, vão entendê-lo, quando forem multados por estacionar na
rua ao lado.
Portanto, é difícil desejar um bom 2020 para o nosso
Município, restando-nos o desejo de um bom 2020, para os nossos cidadãos e para
as nossas empresa e, na medida do possível, para os colaboradores de uma CM à
beira da rutura financeira. Infelizmente não podemos desejar mais e esperamos
que todos os políticos da terra sejam responsáveis e não vendam mais sonhos que
rapidamente se transformam em pesadelos.