OS ARGUMENTOS EM DEFESA DA POLÍTICA DE LUÍS GOMES LUÍS GOMES



Luís Gomes não se limitou a financiar as operações às cataratas de alguns cidadãos de VRSA, foi mais longe ao promover o regime cubano, dando entrevistas à televisão cubana difamando o Sistema Nacional de Saúde português e criticando a Europa, passando a imagem de uma Cuba justa e moderna contra um Portugal onde as pessoas morriam à espera de cuidados de saúde.

Esse apoio a Cuba traduziu-se no plano ideológico, com o financiamento do regime, pagando creches e deslocações de doentes a Cuba, bem como com o financiamento da deslocação de agentes do regime para VRSA a coberto de supostas atividades culturais.  Pagavam-se fortunas com deslocações desnecessárias de centenas de pessoas a Cuba e com a instalação dos agentes cubanos em VRSA, para desenvolverem atividades aparentemente culturais, ao mesmo tempo que se passava a imagem de uma Cuba internacionalista que tinha salvo um concelho cheio de sorte no meio de uma EU com menos saúde do que Cuba.

Ainda se podem ler defensores da política de Luís Gomes, muitos anos depois e quando os principais protagonistas tentam esconder esta parte da história no fundo do armário:

“Na altura em que Luís Gomes e outros autarcas, como os autarcas de Santarém (Moita Flores) de Aljezur (Marreiros), do Alandroal e outros concelhos do país ajudavam misteriosamente as finanças cubanas, era desencadeada a operação abaixo mencionada, que causa grande desespero nas mentes defensoras do capitalismo.

A solidariedade não é coisa para todos.”

Na época Luís Gomes tentou passar a ideia de que era VRSA que beneficiava da ajuda cubana, como se não houvesse alternativa económica. Isso era mentira, era mais barato operar em Portugal. Basta ver as declarações do médico e então autarca de Alcoutim ao jornal Público:

"O presidente da Câmara de Alcoutim, Francisco Amaral (PSD) - pioneiro neste tipo de iniciativas das autarquias -, diz que pagou, em 1999, 75 operações aos olhos, numa clínica de Faro, "por menos de mil euros" cada uma. Por isso, diz, quando foi contactado para enviar doentes para Cuba, respondeu: "Não, muito obrigado". Amaral diz, porém, que a mediatização deste caso, feita pelo seu colega de Vila Real de Stº António, Luís Gomes, também do PSD, teve o "mérito de envergonhar o Governo"." [Público]

A segunda ideia falsa que Luís Gomes e dos que então e agora defendem as suas políticas neste domínio sugerem é a da superioridade técnica da medicina cubana. Quanto a isto voltamos à mesma notícia do Público:

"David Barros Madeira dirigiu uma das duas equipas de especialistas exteriores, contratadas pelo HDF, para colmatar a falta de oftalmologistas. "Fizemos num ano 1.920 cirurgias". O preço pago à equipa por doente, afirma Ana Paula Gonçalves, oscilou entre os 400 e os 650 euros. Sobre os doentes tratados em Cuba, o médico, que observou alguns deles no pós-operatório, concluiu que a técnica utilizada em Havana está ultrapassada. "Não digo que eles tenham sido mal operados, mas a técnica usada é idêntica ao que se fazia em Portugal há 20 anos". Barros Madeira diz também que as operações aos dois olhos com um intervalo de tempo muito curto, como sucedia em Cuba, não é aconselhável: "Clinicamente, está errado. É grande o risco de infecção", afirmou, referindo que espera normalmente um mês entre cada cirurgia."  [Público]

Na América Latina Cuba explora o mercado da saúde, da mesma forma que muitos australianos procuram os hospitais da Tailândia, aliás, países como a Índia e a Tailândia associam o negócio da saúde e do turismo para atrair clientes de países ocidentais. Os milhões de cirurgias que Cuba e outros países fazem no estrangeiro ou em doentes vindos do estrangeiro está longe de ser solidariedade ou caridade, é um negócio legítimo que cresce.

Uma outra questão é a legalidade na despesa pública e os apoiantes da política de Luís Gomes recordam que as acusações do relatório do Tribunal de Contas foram esquecidas. 

"O TC em 2011, considerou ilegais as despesas efetuadas pela Câmara de V.R.S.A, com operações ás cataratas feitas em Cuba, mas deixou cair a acusação, PORQUÊ!?"

Enfim, está sancionada a política de Luís Gomes, não só no plano ideológico, como legal. Ainda recentemente a IGF acusou o mesmo autarca de não ter respeitado pelo PAEL e o mesmo TC deixou cair a acusação. Esperemos que os que o defendem nos negócios em Cuba sejam coerentes e defendam o ex-autarca também na gestão financeira da autarquia.

Como deve estar por aí a aparecer já vestido no fato de candidato o Luís gomes não vai deixar de agradecer aos que na sua ausência o defenderam,, desde os mais devotos aos mais inesperados defensores.