Em Vila Real de Santo António já existiam personagens anedóticas como os bandeados e rebandeados’, agora temos um novo espécime local, o "despadrinhado". Pois é, com a demissão de António Costa e a queda do Governo o pobre do de Araújo perdeu os padrinhos todos de uma única vez.
O candidato Álvaro de Araújo partiu do princípio de que os vila-realenses são os parolos que ele deve ter conhecido na sua aldeia e não só se apresentou como um candidato cheio de cunhas governamentais, como já depois de ter ganho, sem saber como, não perde uma oportunidade de se apresentar como um poderoso autarca, afilhado número um de todos os ministros.
Agora não passa de um 'teso' em matéria de cunhas e corre um sério de risco de quando terminar o seu mandato ir mesmo para professor de espanhol.
Quando um autarca apresenta eventuais relações preferenciais com membros do governo está implicitamente a sugerir que ele consegue coisas que outros autarcas que sem influências não consegue, está implicitamente a sugerir que beneficiará de uma posição favorável para beneficiar desse tráfico de influências. Acontece que na lei portuguesa o tráfico de influências pode configurar um crime grave.
Aliás, na gestão da CM há fortes indícios daquilo a que chamamos cunha ou favorecimento, com o autarca a designar de forma ligeira amigos e familiares para cargos camarários, cargos que deveriam ser preenchidos com concursos transparente ou com escolhas isentas. Ainda há poucos dias vimos alguém sem habilitações, o neto do Sr. Asdrúbal, assumir um lugar na CM. Este é apenas um exemplo, como é o cunhado e a cunhada, ao Célia Paz na Associação Odiana e muitos outros.
Mas também já ouvimos o nosso senhor presidente apresentar a chuva de milhões de euros para dar habitação aos seus eleitores como resultado das suas influências políticas.
Se o governo cair, o que começa a ser muito provável, até porque o caso do dia está muito longe de ser oi primeiro, o de Araújo passa a ser um ‘despadrinhado’ e depois de ter apresentado as suas cunhas como a única qualidade que tinha para apresentar aos eleitores, é um autarca acabado. Se até aqui não fez nada, muito menos fará daqui para a frente.
Este dia é o princípio do fim do nosso senhor presidente, um político que se tem revelado incompetente, que a partir de hoje pode perder todas as suas cunhas, ficando de ceroulas, tal como se fez fotografar no São João da Degola. E o mesmo se pode dizer para toda a sua equipa.
Curiosamente, no caso em curso um dos detidos é o presidente da CM de Sines (um colega de partido do de Araújo), o que nos proporciona a oportunidade de perceber que as influências de alguns autarcas têm contrapartidas.
PS:Aproveitamos para informar que o Largo da Forca está a proceder a sua própria auditoria ao mandato do de Araújo, alargando esta auditoria ao caso dos envelopes com dinheiro distribuído pela Mão Amiga, num tempo em que o de Araújo ocupava um cargo dirigente naquela associação.
LARGO DA FORCA
Voz da democracia e da liberdade de expressão em Vila Real de Santo António