Nunca é demais assinalar esta data, até porque a violência contra as mulheres está longe de diminuir, como mostram as estatísticas da justiça portuguesa. EM Vila Real de Santo António, como em todos os outros concelhos e ainda não passou muito tempo, cerca de três anos, desde o último homicídio de uma mulher ocorrido na nossa terra.
Infelizmente é um fenómeno que perdura, muitas vezes silenciado nas famílias e mesmo nas igrejas. Ao contrário do que muitas vezes se faz supor, a sua incidência é transversal a classes sociais e profissões, não sendo raros os casos no meio da classe política.
Provavelmente, é nas classes mais ricas onde a maior notoriedade força as mulheres ao silêncio, muitas vezes pressionadas pelo estatuto social. Um meio onde à violência física se soma a violência psicológica, com muitas mulheres a sofrer em silêncio enquanto são obrigadas a exibir sorrisos de felicidade e a darem sinais públicos de felicidade, lembrando a história do palhaço infeliz que é pago para fazer rir os outros.
É a essas mulheres que dedicamos uma das melhores músicas de Chico Buarque de Holanda “Mulheres de Atenas”.
PS: O Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres é assinalado anualmente a 25 de novembro. Esta data foi instituída pela Resolução 52/134 da ONU. Nem mesmo a presidente da AM de VRSA, candidata a líder das “Mulheres Socialistas do Algarve” se lembrou da data e preferiu colocar uma patetice no seu Facebook. Até parece que o tema é tabu na nossa terra, o que lamentamos.
Lamentamos também que o nosso autarca que tantas fotografias mostrou da sua viagem à Palestina e que fez um discurso emotivo armado em defensor dos direitos da Palestina, agora esteja em silêncio e nem hoje se tenha lembrado dos muitos milhares de mulheres que estão sendo assassinadas a sangue-frio pelos bombardeamentos indiscriminados sobre a população civil da Faixa de Gaza. Enfim, palavras para quê?