Este executivo parece uma espécie de Portugal dos Pequeninos, é o que nos ocorre ao ouvir o presidente de Araújo ao imitar o António Costa fazendo balanços de dois anos de mandato e apresentando a situação das finanças deste pequeno país imaginário onde o de Araújo se sente muito grande, uma espécie de Guliver minhoto junto aos anões de Vila Real de Santo António.
Ficámos verdadeiramente impressionados com o milagre financeiro conseguido pelo de Araújo, ainda que o rapaz se tenha esquecido de explicar quais as medidas que adotou para explicar o sucesso da sua gestão. Ainda por cima, conseguiu um recorde de receitas ao mesmo tempo que se fartou de gastar dinheiro à tripa forra, como se não houvesse amanhã.
Mas este ilusionista de feira não se esqueceu apenas de dizer como conseguiu o seu milagre, também se esqueceu de dizer algumas coisas, que vamos recordar-lhe.
Esqueceu-se de dizer que foram transferidas competências nas áreas do ensino e da saúde e que daí terão resultado vários milhões de euros de receitas.
Esqueceu-se de dizer que nos anos anteriores as receitas foram afetadas pela crise do Covide-19, não só as receitas tradicionais do Município como também as receitas associadas à atividade turística e, em particular, as receitas da taxa turística.
Esqueceu-se de dizer que as transferências do Estado são corrigidas pela inflação e mesmo que as receitas sejam constantes em preços correntes, estas crescerão em termos correntes em consequência dessa inflação.
Enfim, aquilo que o presidentezinho do Portugal dos Pequeninos conseguiu não foi um milagre digno da Santinha da Ladeira, estimulado pela sua oliveirinha da macumba, que ainda estará longe de dar azeitonas, ainda que com este milagreiro, agora mais evangélico do que católico. Foi um golpe de ilusionismo que nos faz lembrar o caga-milhões, que no passado apregoava na Feira da Praia, ali ao lado do antigo chafariz do jardim.