Para autarcas como os de Castro Marim os resultados das
próximas eleições autárquicas serão pouco mais diferentes, estes autarcas
assentam a gestão dos municípios nas suas capacidades e numa boa gestão dos
recursos. Já no caso do nosso Álvaro de Viana basta consultar as suas páginas
de Facebook, a de político e a da CM que transformou numa página de promoção
pessoal, para concluirmos que mais do que as suas capacidades ele promove as
suas supostas cunhas, isto é, tenta passar a ideia de que trará vantagens ao
concelho com base no tráfico de influências.
O que sucederá ao Álvaro de Viana se o próximo governo não
for do seu partido?
O poder do responsável do PS Algarve, um verdadeiro vice-rei
neste distrito passa a zero, a sua influência nos departamentos distritais da
região é anulada. Isso significa que deixa de entrar nas direções regionais,
agências e institutos públicos como se fosse uma espécie de mini António Costa.
Isso significa que entidades como a APA deixarão de ser
vulneráveis a cunhas e não poderão fechar os olhos a violações grosseiras das
regras ambientais, como vimos recentemente em Monte Gordo.
O Álvaro de Viana deixará de poder apresentar os membros do Governo
como padrinhos que lhe dão vantagens. Nalguns casos isso não passa de bazófia,
mas noutros, como o da ministra da Habitação, que desde a campanha eleitoral que
o apadrinhou, isso terá consequências. Instituições como o IHRU serão mais
exigentes e criteriosas.
Personagens como o José Apolinários deixarão de ter poderes
para além do que lhes confere o exercício dos cargos para que foram eleitos e
deixarão de ter margens para favores, para além de correrem sérios riscos se
para favorecer um autarca do seu partido usam o poder do Estado para os
favorecer.
As transferências financeiras do Estado para as autarquias
estão definidas na lei e qualquer insinuação de que um executivo do partido do
poder obtém vantagens é uma mentira para eleitores mais distraídos. É verdade
que as cunhas junto de algumas instituições poderão trazer vantagens, mas,
infelizmente, essas vantagens traduzem-se mais em fechar de olhos ao
cumprimento de determinados regulamentos do que em benefícios materiais. Mas
esse fechar de olhos às normas traz mais prejuízos do que benefícios e, não
raras vezes, constituem indícios de ilicitudes.
Um autarca de escassas capacidades políticas, técnicas ou de
gestão, que usa a imagem da sua suposta influência junto de governantes para se
justificar esvazia-se totalmente se o governo mudar, esvaziando-se como um saco
de plástico.