O ÁLVARO DAS PLACAS


No tempo em que tudo parava no país para se ver a telenovela, passou uma com o título “Roque Santeiro”, onde uma das personagens mais divertidas, pelo ridículo que era, era conhecido pelo Zé das Medalhas.

Passados muito anos temos um mandato autárquico que não é mais do que uma pantominice que poderia ter o mesmo nome, com o Araújo a desempenhar simultaneamente o papel de Roque Santeiro e de Zé das Medalhas, que na versão local seria o Álvaro das Placas.

Roque Santeiro, porque este político que aparenta escassos recursos intelectuais, se apresentou como um milagreiro ao estilo da Santinha da Ladeira. Não se cansa de fotografar em missas e procissões e, como se isso fosse pouco, ainda vai às missas evangélicas onde a troco de rezas distribui licenças de comércio ambulante, casas e licenças para vender bolinha.

O homem até plantou uma oliveirinha cheia de macumbas que nos iria trazer grandes paquetes para o Guadiana, uma rede de mini bus elétricos para serra e até uma escola de calafates, enfim tudo o que uma imaginação sustentada em pouca inteligência lhe mandou para a boca, onde, como dize o povo, sempre que se escancara ou entra mosca ou sai asneira.

Mas não se limitou a imitar a personagem principal, também imita na perfeição a figura secundária, uma figura divertida por ser ridícula demais para ser verdadeira. Mas não, o Álvaro das Placas é a prova de que tudo é possível.

O homem não faz nada a não ser esquecer-se de mandar recolher o lixo, mas já é o autarca que passou por esta terra com mais placas em paredes. O homem não faz nada, mas já organizou números cerimónias, para sugerir que  fez o que já está feito, no caso do edifício da Alfandega, construído Há mais de 250 anos, onde, ainda por cima, se fez acompanhar de outras personagens políticas que há muito caíram no ridículo e que são quase tão detestadas pelo povo de VRSA como ele.

Já inaugurou os prédios da Rua de Angola que “foi o Luís que fez” ou o edifício onde existia o nosso único ATAL para lá instalar a cunhadas que também “foi o Luís que fez”. É ridículo demais para ser verdade, o político autárquico que nada fez é provavelmente o autarca deste país que durante o presente mandato já promoveu mais cerimónias de inauguração.

É tão abusivamente ridículo que é mesmo necessário ter uma muito pequena inteligência política, se é que não estará num patamar em que me vez de nível de inteligência faz mais sentido avaliá-lo em nível de burrice.

Mas, como diz o Aleixo:

Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência.
Que às vezes fico pensando
que a burrice é uma ciência.