O Araújo, julgando-nos pacóvios, passou a imagem do político
muito influente, cheio de cunhas. Como os cargos na Associação Nacional de
Municípios são de nomeação partidária, tudo fizeram para o meter. De político
que andava com uma mão atrás e outra à frente, o Araújo passou a pavonear-se a
sonhar com altos voos.
Mas depressa deixou de voar, as eleições legislativas partiram-lhe
as duas asas. Mas o homem não desistiu de nos fazer passar por lorpas e
continuou na sua pantominice das fotografias ao lado de governantes. Para isso usa
todas as funções institucionais.
Como a Associação Nacional de Municípios é convidadas para algumas viagens governamentais, ainda que estes passeios sejam pagos pelo Município, o Araújo colou-se à comitiva do primeiro-ministro da Angola. E lá foi ele com a inseparável chefe de gabinete, mais essa personagem intrigante que se dá por nome de Ernesto, a marca branca dos tachos do LIDL, cunhado do todo-poderoso e incompetente Mochilinha e funcionário camaleónico em mateira de cores políticas.
Desta vez o Araújo teve azar, o Montenegro trocou-lhe as
voltas e não se conseguiu fazer fotografar ao seu lado, até porque a equipa de segurança do primeiro-ministro já
estava não lhe estava a achar graça. Mas na hora dos discursos em Luanda,
quando não estava prevista a sua intervenção, lá conseguiu com a ajuda de
alguém, botar discurso para, mais uma vez, os vila-realenses exclamarem ohhhh!
Chegado a VRSA lá colocou duas fotos para nos convencer da
sua grande influência, uma a discursar o
outra mostrando o primeiro-ministro a ouvil-lo. Só que quem conhece o Montenegro
percebeu que a sua expressão parecia de gozo e de ironia, para não falar da
cara de enjoo de quase toda a audiência. Se até os alunos da escola já gozam dos
seus discursos nas muitas cerimónias em que o Araújo aparece a botar discurso, imaginem
o primeiro-ministro.
Mas o Araújo não se importa de fazer estas figuras tristas,
desde que consiga fotografias para o admiramos.
Móooo, atira-te ao mar e diz que te afogaste!