O QUE ESCONDE O ARAÚJO NO CINE FOZ



Tudo na construção da urbanização do Cine Foz é opaco, cheira mal. Tudo se faz às escondidas, com editais meios escondidos, com uma empresa com cem euros de capital a ser a única a concorrer e a merecer a escolha. Durante meses decorrem obras, aparecem máquinas, depois uma vedação para ninguém ver o que se passa, sem que seja afixado qualquer edital como determina a lei.

Quando de trata de um “negócio” municipal é de esperar a máxima transparência, até porque poderão estar em causas fundos europeus e foi pública a intenção da Procuradoria-Geral da República de acompanhar estes processos de perto, intenção reforçada há poucos dias com uma nota da mesma Procuradoria-Geral com alertas para o governo.

Quem esconde, quem lança uma nuvem negra para que nada se saiba só o poderá fazer por uma única razão: para esconder algo que não quer que seja feito. Durante meses as obras decorreram sem que por ali passasse soubesse o que se estava fazendo. Porquê? Porque os cidadãos têm o direito de escrutinar, é para isso que a lei determina a colocação de editais sempre que decorre qualquer obra.

Então por que razão a CM dá autorizações em maio deste ano nesta semana colocaram um edital? Porque queriam avançar a obra o mais rapidamente possível para que não surgissem grãos na engrenagem. Só que tiveram azar e em vez de grãos na engrenagem começam a surgir calhaus.

Não colocaram o edital, meses depois do início da obra, nesta semana por mero acaso, eles sabem que a obra já está sob o escrutínio das autoridades nacionais e seria muito grave que fosse visitada por uma inspeção e nada estivesse afixado.

A primeira pergunta que se coloca é: o que se esconde aqui?

Mas se cabe à empresa construtora a colocação do edital, cabe à CM fiscalizar e certamente há alguém da CM a fiscalizar a obra. Ora, a primeira coisa com que o fiscal designado na CM para esta obra se deve preocupar e por onde deve começar é precisamente por verificar se este edital está afixado. Então por que razão a CM faz de conta que não vê?

Este processo cheira cada vez mal, se começou com um evidente fedor, agora começa a cheirar mal que tresanda.

Cheira tão mal, tão mal que começamos a duvidar da sua concretização e não ficaremos admirados se um dia o Tribunal de Contas condenar o autarca a pagar do seu bolso o milhão e meio de euros que por sua decisão não foram cobrados ao construtor. Se isso foi feito à margem da lei é o que pode vir a suceder e se assim for não há alfarroba nem azeitonas da oliveirinha da macumba que o salvem.