Alguém acredita que em VRSA existe tanta gente vivendo em
condição indigna como as que o Araújo inventariou? E como explica que isso só
suceda numa freguesia e entre aqueles a quem prometeu casas fáceis durante a
campanha eleitoral?
Como se explica que uma única freguesia do concelho receba
mais dinheiro do PRR do que o concelho do Porto e não seja construída uma única
casa nas freguesias de Monte Gordo e Vila Nova de Cacela?
A explicação é simples, porque ali não comprou votos e
enquanto gasta milhões com os seus eleitores da sede do concelho aos das outras
freguesias só dá bailaricos. Lembra-nos a amante do padre que ao ouvir o que o
empresário tinha dado a uma amiga se lamuriou: “a mim o padre Zé só dá santinhos!”.
Mas esta política eleitoralista marcada pela discriminação
não se fica por aqui, veja-se o exemplo da pavimentação da Av. Fernando Salgueiro
Maia, que parou na rotunda de Monte Gordo. Porque esqueceu a estrada até à
rotunda do Cabeço, que estava no mesmo estado e tem mais trânsito? A razão é
simples, um total desprezo por quem vive na Aldeia Nova e nas Casas da
Audiência.
Mas a discriminação não se fica por aqui.
Lembram-se do primeiro 1.º de Maio do Araújo? Nós avivamos a
memória, nesse dia fez a única operação de controlo de dos horários das loja,
argumentando com a defesa dos trabalhadores e mandando encerrar as lojas que
estavam abertas.
Mas os mesmos comerciantes que ele perseguiu, que pagam
impostos, ordenados, segurança social e tudo o mais que a lei obriga são
arruinados pelo cada vez maior número de bancas ambulantes, transformando VRSA,
Monte Gordo e a Manta Rota num verdadeiro bairro da lata comercial.
Que inspeções fez o Araújo aos que receberam a licença e que
certamente lhe garantiram ir votar nele?
A habitação é mais um exemplo, ao ignorar o elevado nível de
fuga a impostos por muitos que depois apresentam rendimentos próximos do zero,
o nosso autarca assegura-se que são os seus eleitores privativos a receberem a
parte de leão do investimento do PRR. Desta forma subtil discrimina os
vila-realenses, dando tudo aos seus.
Como se isso não bastasse já se começa a saber quem vai
ficar nos prédios Araújo, que pretende construir no Cine Foz. O descaramento é
tanto que o João Reis, líder do que resta do PS local, já se gaba de ter
inscrito os seus filhos. Depois de dar empregos aos familiares, amigos e boys certamente
vai dar-lhes casa. Só falta oferecer-lhes um carro, de preferência um Toyota, a
marca preferida do Araújo.
Mas ainda há mais.
O neto do Asdrúbal a cunhada, a filha do Rui Setúbal, o
filho do motorista, vários bandeados, os amigos ex-bancários do Babita e muitos
outros familiares e amigos já trabalham na CM, muito deles sem qualquer
concurso ou, muito raramente, com concursos duvidosos. Até a Célia Paz foi
empregada na Odiana através de um concurso manhoso, em que aumentaram as vagas,
porque não ficou em primeiro lugar.
Mas não ficamos por aqui.
Até nos preços o Araújo discrimina, enquanto as festarolas em
VRSA e Monte Gordo são gratuitas, na Freguesia de Vila Nova de Cacela não é bem
assim, como vai suceder com os espetáculos de música clássica que se realizará
em Cacela. Também em Cacela Velha e Manta Rotas o comboio turístico é bem mais
caro do que na sede do concelho.
Querem mais?
Basta ir ver os contratos na Base GOV para se perceber que a
regra é o ajustamento direto, algo que o Rui Setúbal tanto criticava à São
Cabrita. Estes ajustes direitos e compras de menor valor que não são
publicadas, permitem favorecer os amigos. É o caso, entre outros, das compras a
uma empresa da rapariga que era a mandatária da juventude do Araújo, além do
exclusivo das fardas ainda vende muito material de escritório. Digamos que
vende tudo o que pode vender. Mas há outros prestadores de serviços que têm ganho
bom dinheiro à custa da política com as compras da CM.
Outro exemplo de favorecimento claro deste tipo de
favorecimentos são os concertos do Catarino, presidente de uma junta de
freguesia e funcionário da CM, onde foi promovido quando se bandeou para o
Araújo. São muitos milhares de euros ganhos por um único “artista”, que aprece
que não tem concorrência.
Como não podia deixar de ser, o Araújo discrimina quem não votou nele.
Quem assumiu posições públicas em apoio de outros candidatos ou participou noutras candidaturas tem duas soluções: ou se vende ao Araújo ou é perseguido e discriminado, passa a ser cidadão de segunda na sua própria terra, uma terra que não é nem nunca foi do Araújo. São conhecidos casos de funcionários que tiveram de fugir para outras câmaras, como a de Castro Marim, chegando-se ao ponto de vermos o presidente a ter feito ataques de baixo nível a funcionários.
Quem se vendeu, os famosos bandeados, têm empregos na câmara, encomendas, promoções e outras mordomias municipais. QUem não o apoia ou se cala e tenta sobreviver nestes quatro anos ou é perseguido.
Mas a criatividade do Araújo não se fica por aqui.
Quando se é amigo do Araújo têm-se direito a uma passadeira
à porta na Av. Salgueiro Maia, mesmo com outra passadeira ao lado, a alegria
foi tanta que a beneficiada até publicou um vídeo no Facebook. Também já
denunciámos um caso de outro amigo que teve direito a pilares para proteger a porta
da rua. Ou a eliminação de uma dúzia de lugares de estacionamento a pedido de
outro amigo do Araújo.
Já nem falamos dos trabalhadores da CM, os lambe cus do
Araújo passam a vida no café enquanto aos outros reserva-se a perseguição.
Nunca VRSA teve um autarca que tivesse feito da
discriminação estratégia política, não hesitando dividir os munícipes, atirando
uns contra os outros para obter ganhos eleitorais. É este o socialismo do
Araújo? Nem o fascismo vimos tanta pouca vergonha.