Como refere o vila-realense que nos pede para comentar o
problema de excesso de autocaravanas estacionadas por todos os cantos do
concelho, esta modalidade de turismo está a transformar-se numa praga na nossa
zona. A causa é óbvia, nada se faz para a combater, designadamente, através da proibição
do seu estacionamento.
Se, por exemplo, Vila Real de Santo António tem um parque
camarário, o mesmo sucedendo na Manta Rota, faria sentido a proibição
generalizada nos estacionamentos públicos gratuitos do concelho. Não resolveria
o problema, mas reduziria.
É evidente que se o ambiente de Vila Real de Santo António é
o de abandono, dejetos de cães por todo o lado, lixo, espaços verdes
abandonados a sujidade e a negligência se generalizam. Até os autocaravnistas
se apercebem de que se há lixo por todo o lado é porque essa deve ser a norma e
os responsáveis pela autarquia não estão muito preocupados. Felizmente que
muitos autocaravnistas são pessoas com grandes preocupações ambientais, senão o
problema seria mais grave.
Os praticantes deste tipo de turismo andam bem informados
através de páginas nas redes sociais onde se informa dos locais onde as
autoridades não atuam, dos parques disponíveis e da sua qualidade e preços. Se
num concelho a regra é a bandalhice total, como sucede com VRSA, depressa se
dirigem para esse “paraíso do autocaravanismo”.
Se não têm onde ficar em quase todo o Algarve, onde são
sujeitos a regras apertadas, adivinhem para onde vão todos. Claro que invadem o
nosso concelho onde têm boas praias, onde podem passear em Espanha e onde ninguém
os incomoda.
Vale a pena ressalvar que uma boa parte dos autocaravanistas
são cidadãos exemplares e cumpridores, que respeitam a lei, estacionando onde
lhes é permitido e durante o tempo que for autorizado, como estabelecem as
normas legais e os regulamentos camarários.
Cabe ao Município definir as prioridades do turismo local e
enquadrar esta prática no concelho de forma que se encontrem soluções
equilibradas já que não se pretende proibir, nem permitir que a hotelaria seja
substituída por caravanas. Para isso servem os órgãos autárquicos, os
regulamentos municipais e a fiscalização.
É evidente que muitos concelhos do interior, onde não
existem infraestruturas hoteleiras estão recorrendo ao autocaravanismo para
atrais turistas. Mas em concelhos com praias do Algarve não poderão estar
interessados em atrair turismos que pouco ou nada consomem e não representam
qualquer valor acrescentado para a economia local.
No caso do concelho de Vila Real de Santo António que conta com mais de um parque reservado a autocaravanas e um parque de campismo a tolerância a esta prática fora destes parques deveria ser zero, pois dela resulta prejuízo para a economia do concelho, bem como para as contas da autarquia.