COMO É QUE ISTO IRÁ ACABAR



Ontem espalhou-se a notícia de que andaria uma estação de televisão a obter filmagens em VRSA, designadamente, nas obras do Cine Foz, as tais onde de acordo com as declaração do presidente e vice-presidente, estariam a ser feitas operações de contenção de terras.

Parece que bastou uma câmara da televisão para deixar muita gente nervosa ao ponto de terem parado a obra e encerrado os portões para que nada se filmasse. Uma decisão de idiotas não só porque as obras são visíveis a partir de muitas janelas dos prédios circundantes, como nos dias de hoje não há ninguém que não tenha um drone.

Só imbecis poderiam pensar que contruíam estruturas de betão e faziam obras a ritmo acelerado com a desculpa  de serem trabalhos de retenção, quando os próprios membros do executivo declararam em reunião de câmara que ainda não tinha sido concedida licença para o loteamento.

Mas estas obras são um pequeno pormenor num negócio que suscita muitas dúvidas pois ninguém acredita, como eles dizem, que é uma mera operação privada. Há fortes indícios de que foi uma operação imobiliária montada muito antes de ser divulgado o edital num canto escuro do site da CM.

Quando o presidente da CM disse numa sessão pública para prestar esclarecimentos sobre este investimento, que a empresa com o capital de cem euros foi criada para este projeto  pode ter aberto uma caixa de pandora, já que a empresa foi criada muito antes da publicação do edital, mais de um ano antes.

Agora andam numa lufa lufa porque o presidente do executivo procura ter obra para poder acenar aos que precisam de casa e estão convencidos de que votando no Araújo recebem um apartamento em troca. Só que esta pressa pode não resultar em nada, já eu o financiamento tem de ser aprovado pelo IHRU.

O problema é que os dinheiros do PRR se esgotaram e neste quadro de dúvidas o IHRU vai ter muitas dificuldades em aprovar este financiamento. É verdade que a CM e o IHRU assinaram um acordo envolvendo 120.000.000€. Mas esse acordo foi assinado à margem do PRR e nele não consta qualquer financiamento a 100%. Mas sim um financiamento a fundo perdido que não chega aos 50%.

A CM meteu-se num enredo que é difícil de saber como vai acabar, mas bem não deverá ser, já que há indícios que sugerem que tal como os prédios de renda condicionada que a CM comprou estamos perante mais um negócio de contornos pouco claros.