Vila Real de Santo António que já foi um dos concelhos mais
ricos do Algarve é hoje um dos mais pobres, inclusive mais pobre do que alguns
concelhos rurais e não tardará a ser superado por Castro Marim.
No passado tínhamos um comércio pujante, fábricas, dezenas
de barcos de pesca, muitas oficinas, agências de todos os bancos e era um dos poucos
municípios que não sendo capital de um distrito tinha uma agência do Banco de
Portugal.
Se no passado liderámos o desenvolvimento no Algarve, hoje somos
um concelho que se não fossem duas ou três empresas e o funcionalismo público
estaria economicamente moribundo.
Nos últimos anos o concelho enfrentou situações difíceis,
começou com a crise financeira resultante do colapso do Lehman Brother,
ocorrida em 2008, que lançou o país numa crise financeira e que em VRSA se
traduziu numa quebra brutal das receitas municipais, atirando a CM para a
situação financeira da qual não recuperou.
Seguiu-se a crise da dívida soberana que nos levou a um
acordo com a Troika que impôs uma austeridade brutal. Seguiu-se a pandemia do
Covid que num concelho turístico teve um impacto brutal, do qual ainda não se
recuperou totalmente. Os únicos anos bons correspondem ao mandato do atual
executivo, que tem disfarçado a incompetência com um aumento de receitas que
não resulta da sua gestão.
O atual autarca prometeu mundos e fundos, mas em três anos
quase não foi criado um bom emprego, ironia do destino, os únicos empregos bem
remunerados resultaram da instalação em VRSA de um call center de uma empresa
americana, por sinal liderada pelo Luís Gomes.
A verdade é que em VRSA há muita pobreza e a medida salarial
segundo a PORDATA é de pouco mais de 800 euros.
E o que fez o autarca para retomar o desenvolvimento social?
Nada, absolutamente nada, em vez disso tem-se aproveitado da pobreza, tem feito
surf sobre as dificuldades dos mais carenciados para se promover, usa e abusa
da institucionalização da caridade, engana-os prometendo o que não pode dar em
troca de votos e ainda abusa da sua imagem em milhares de fotografias
oportunistas e abusivas.
A verdade é que o Álvaro Araújo se alimenta da pobreza, tira
partido da pobreza e tenta usar a pobreza para subir na vida e para que os seus
enriqueçam com o dinheiro da CM. Se o Araújo fosse um peixinho de aquário seria
um daqueles peixinhos chamados limpa-fundos, porque se alimentam da caca dos
outros. Neste caso o político Álvaro Araújo que se safou à custa de VRSA
retribui o que deve ao novo concelho promovendo a pobreza e. pior do que isso,
aproveitando-se dela e da sua multiplicação para obter proveitos próprios.
Não se apaga a pobreza, o abandono dos nossos idosos, os
doentes entregues a si próprios com um jantar anual para o autarca se exibir em
fotografias. O desenvolvimento não se atinge com oportunismo, incompetência e
muito menos com narcisismo.