HABITAÇÃO: AS MENTIRAS DO ARAÚJO (2)

 


OS 120.000.000€ QUE NUNCA EXISTIRAM

Aprovada a estratégia local de habitação o Araújo apressou-se a assinar com o IHRU dois acordos no âmbito do 1.º Direito e a partir daí não mais se calou dizendo aos vila-realenses que graças a ele seriam investidos 120.000.000€ em habitação no concelho.

Desde logo estava mentindo ao referir-se ao concelho, já que ignorou as freguesias de Cacela e de Monte gordo, já que como o seu objetivo era ganhar votos e convencido de que em Cacela estava seguro e que em Monte Gordo, ao comprar o Catarino, também ganharia.

Mas essas foi uma mentira menor que nem contamos. A grande mentira foi dizer que os 120.000.000 eram seguros e até dizia que havia pressa pois os projetos teriam de estar concluídos em 2026. E é mentira porque o Araújo não assinou nada no âmbito do PRR, mas sim no quadro do programa 1.º Direito que prevê apenas parte a fundo perdido.

O que o Araújo assinou foi um acordo com o 1.º Direito nos termos do qual cerca de 10% seriam assegurados à partida pela CM e dos restantes apenas cerca de 45% seriam a fundo perdido, o restante teria de ser assegurado com fundos da CM ou com recurso a crédito. Isto é a CM teria de financiar cerca de 60%, quando não tem dinheiro nem crédito para financiar uma barraca.

Então, como comprou os prédios com renda condicionada e o Monte Fino? Porque o Governo de António Costa adotou uma resolução nos termos da qual enquanto existissem fundos disponíveis do PRR estes poderiam ser utilizados para projetos aprovados pelo 1.ª Direito. E com o apoio do IHR, onde mandava a madrinha do Araújo, que era secretária de Estado e depois ministra da Habitação, conseguiu uma aprovação acelerada destes processas. Celeridade que os fundos que detinham os prédios com renda condicionada muito agradeceram. Com esta manobra não foram os residentes que lucraram com esse negócios, mas sim os fundos que ganharam muitos milhões de euros e que também deverão estar muito gratos ao Araújo, à madrinha e ao Pedro Nuno Santos. Resta saber a que bolsos terão ido parar esses milhões que os fundos ganharam.

É por isso, que quando o deputado municipal do PS questionou o Araújo numa reunião da Assembleia Municipal, lhe garantiu que o dinheiro desses dois negócios já tinham entrado na CM. Mas parece que ou o deputado municipal gosta de ser enganado ou ainda acredita no Pai Natal.

Esses dois negócios ainda foram financiados pelo PRR porque havia dinheiro disponível. Mas depois, como tudo o resto foi feito com atraso o PRR tinha os fundos esgotados e o PRR acabou.

Agora resta ao Araújo que o Governo invista mais em habitação e que esse dinheiro acabe por vir para VRSA, o que é pouco provável, já que em todo o país o que não faltam são situações mais urgentes do que a necessidade de o Araújo ter casas para comprar votos.

Será que o Araújo vai querer um debate público para provar que não mentiu?