MAIS UMA!



Com uma autarquia arruinada seria de esperar que a austeridade viesse sob a forma de pagamentos de taxas que fossem receita do município, mas em vez disso o município continua à míngua e a sobrecarga de taxas é para engordar as empresas  quem venderam a exploração das águas e do estacionamento.

No caso particular do estacionamento a situação roça o ridículo, com o argumento de que estava em causa a regularização do trânsito os vila-realenses foram postos a render durante os doze meses do ano, isto é, por causa do número de carros estacionados durante o mês de agosto a ESSE ganhou o direito de sacar dinheiro a todos os vila-realenses durante os doze meses do ano!

A verdade é que em VRSA nunca se registaram congestionamentos do trânsito que tivessem obrigado a recorrer a agentes da autoridade. Tudo não passou de uma mentira para justificar um negócio onde todos os vila-realenses saem a perder. MAS parece que a ESSE ainda não estava contente com o que sacava e agora surge as habituais correções financeiras, a que os portugueses estão a ficar habituados com as famosas PPP. Só que se com as PPP os cidadãos recebem em troca uma autoestrada, um hospital ou outro tipo de infraestruturas, no estacionamento de VRSA os cidadãos apenas levam multas e parquímetros, isto é, são explorados a troco de um corno e da ponta do outro.

Sabe-se agora que ao contrário do que a autarca disse há muito pouco tempo até hoje a ESSE cobrou multas e parquímetros a troco de nada, já que com o argumento da necessidade de receber compensações financeiras, portou-se como se fosse a autarquia a dever-lhe dinheiro. Temos, portanto, uma empresa que é dona das ruas do concelho e que não dá nada em troca, para poder negociar com um concelho arruinado, tendo do outro lado uma liderança autárquica que parece estar aterrorizada com as consequências legais que podem resultar do incumprimento do Plano de Assistência municipal.

A ESSE não só não pagou nada, como não quer pagar quase nada pelo que já recebeu e nem sequer se dá ao trabalho de pagar juros sobre o montante que aceita estar a dever, não paga nem a autarquia exige. MAS mais grave do que isso, quer mais lucros e para isso exigiu uma alteração do regulamento do estacionamento para que os vila-realenses só possam estar isentos se estacionarem o carro na sua rua.

A ESSE exige agora pagar menos de metade do valor que se comprometeu a pagar e ainda estabelece as condições e, a agora é São, aceita.

Isto é, se um residente na rua da Princesa estacionar na rua ao lado é obrigado a pagar estacionamento. Isto significa que se hoje já são muitos os que mesmo no inverno evitam sair com o carro, a partir de agora o melhor é mesmo usar o carro apenas para ligar o motor e ir às revisões. Por outras palavras, a ESSE combinou com a autarquia que tinha que passar a explorar também os residentes se a autarquia para que esta receba a miséria que acordou em receber em troca de um contrato que nunca devia ter sido feito. Isso se a ESSE não exigir uma nova revisão do contrato e daqui a dois ou três anos aparecer mais uma renegociação a troco do pagamento do que nunca se pagou.

Os vila-realenses foram postos a render por conta da ESSE!



PS: Em dezembro de 2017 a autarquia deu a saber que ia ser criada uma comissão formada por autarcas e empresários para renegociar o contrato da ESSE. Alguém sabe quem foram os ilustres comerciantes que fizeram parte dessa comissão?