A autarca de Vila Real de Santo António já deverá ter percebido que tudo à sua volta se está a desmoronar e que as mentiras do passado vão sendo desmascaradas uma a uma, caindo umas atrás das outras como se fossem peças de um dominó. O seu partido desapareceu, o seu pai político anda por aí fazendo soar a sua voz de cana rachada que depois de tratada em computadores lá vai dando para alguns fãs mais duros de ouvido.
A que se elegeu com o lema do “agora é São” já percebeu que está metida em maus lençóis, que aquilo que andou a fazer ou que ajudou a fazer durante doze anos resultou na ruína total da autarquia, situação que só se agravou depois de ter tomado posse. A autarca é incapaz de resolver os problemas, antes pelo contrário, é ela própria um problema.
Sem margem para recuperar a imagem é pouco provável que sobreviva politicamente, vindo a ser candidata na próximas autárquicas, até porque o “agora é São” tinha a validade de um Danoninho autárquico, era para apenas um mandato, para a sabática autárquica a que a lei obriga. O progenitor político da São só não regressaria se viesse a ter muito sucesso nas suas cantarolices, cenário que está cada vez mais posto de lado, pelo menos a crer no recente espetáculo deprimente que deu em Monte Gordo, com a produção do videoclip, onde nem o cavalo lhe deu grande atenção, optando por aliviar a tripa e adubar o chão.
Seria uma questão de bom sendo a autarca perceber que a sua renúncia ao cargo abriria a porta para que gente competente e sem envolvimento na situação a que chegou o concelho tomasse as rédeas do destino da autarquia. Seria uma questão de bom sendo porque a autarca não tem a confiança dos partidos da oposição, depois de um longo período de despotismo e de opacidade qualquer apelo a uma gestão com base no diálogo cheirar a falso.
Se não tem capacidade para resolver os problemas, se não é capaz de unir os vila-realenses em torno da solução dos problemas porque não sai pelo seu próprio pé? A autarquia já está esgotada financeiramente, os tostões ainda deram para contratar o Tiago mas não há dinheiro para mais, o descontentamento grassa entre os trabalhadores, os que moram em casas alugadas pela autarquia receiam ir para a rua, por todo lado se vê descontentamento. Já não é apenas o lixo, a rua fechada, o preço da água, a praga do estacionamento, é um descontentamento generalizado e uma descrença cada vez maior por parte dos apoiantes mais devotos.
O Carnaval foi uma humilhação para os vila-realenses, as Noites de Encanto de Cacela acabaram, as obras estão empechadas, o Grand House parece estar às moscas, a casa do avô fechou, não há um tostão para as associações e até as procissões das opas amarelas se fazem em Ayamonte. Seria uma questão de bom sendo e de alguma inteligência a autarca pedir a demissão o quanto antes, para que os vila-realenses possam começar a reparar os males que ela, o Caroço Barros e o Luís Gomes fizeram à nossa terra.