NAVEGAR À VISTA



Hoje é o último dia do mês de março e quem passar pela marginal de Monte Gordo vai encontrar tudo como ficou quando pararam as obras da marginal, pior ainda, está tudo com um ar ainda mais desarranjado e cheio de lixo. O que se vai fazer ali, qual o projeto, porque é que as obras pararam? Ninguém sabe, a última vez que a autarca falou sobre o assunto foi nas suas conversas com o Tiago, na rádio Mentes. Na ocasião dizia que todos os dias visitava a obra logo pela manhã, para se assegurar que tudo corria bem e garantia que tudo estaria pronto para o verão do ano passado.

Em fevereiro garantiu que aguardava posição da APA sobre as construções em alvenaria que mandou construir, dando a entender que havia o risco de virem a ser demolidas. Assegurou que ia falar com o presidente da APA, mas até ao momento ninguém fora do seu circulo íntimo sabe o que está sucedendo ali, ainda que seja óbvio que o mais provável é os quiosques que estavam em construção venham a ser demolido.

É um bom exemplo do modelo de gestão na autarquia da nossa terra, fazem-se promessas que não se cumpre, lançam-se projetos que não se concluem, fixam-se prazos que se ignoram. A presidente da autarquia prometeu a cidadãos de Monte Gordo que as obras iriam ser retomadas em março e deu as mesmas garantias em reuniões na autarquia. Hoje é o último dia de março e qual é a situação?

Ninguém sabe ou foi informado sobre o destinos dos quiosques, ninguém conhece o projeto do que ali vai ser feito, desconhece-se se a autarquia tem dinheiro para a obra, apenas se ouvem rumores e boatos. Como é que um concelho que nasceu sob o signo do Iluminismo e que foi uma das obras de referência do Marquês de Pombal pode ser governado desta forma?

Deram as ruas de Monte Gordo para uma empresa explorar o estacionamento sem que até agora tenham pago um tostão ao concelho, cobram fortunas pela água, querem cobrar fortunas em taxas turísticas e o que dão em troca? O espetáculo miserável de uma marginal que já foi uma das mais belas do país e hoje é um monumento dedicado à incompetência.

E os cidadãos do concelho nem sequer são informados sobre as causas da situações, sobre que projetos existem para o local, sobre o futuro das construções que a presidente da autarquia mandou construir com o nosso dinheiro. É assim que a nossa terra está sendo gerida e os vila-realenses não só desconhecem o que se passa como lhes fazem promessas que sabem não poder cumprir.

PS: Algumas perguntas à presidente da autarquia:

  1. Porque motivo as obras pararam?
  2. A construção quiosques em alvenaria foi autorizada pela entidade que tutela os terrenos?
  3. Há alguma ordem de demolição dos quiosques por parte da APA?
  4. Quanto é que a autarquia já gastou na sua construção e quanto é que poderá ter de gastar na sua demolição?
  5. Se os quiosques tiverem de ser demolidos e substituídos por construções de outro tipo a autarquia tem recursos para os construir? Como ficam os contratos com as entidades âs quais foram adjudicados os quiosques?
  6. Qual o ponto de situação do contrato com a empresa que iniciou a obra?
  7. Quando é que vai a concurso ou consultas a empreitada para a reposição do jardim?
  8. Qual o projeto usado no novo jardim?
  9. Quando se prevê que as obras estejam concluídas?