NÃO ERA NECESSÁRIO!



Se o projeto era renovar a marginal de Monte Gordo, havendo projeto e recursos financeiros para isso, o lógico seria planear a obra de forma a reduzir o impacto da mesma, isto é, à medida que a obra de renovação avançasse ir-se-ia avançando com o estaleiro. Mas a opção não foi essa, a ideia parecia ser a de passar a imagem de obras grandiosas, como eram anunciadas nos outdoors de publicidade do regime, e por isso não valia a pena planear a obra.

A destruição do jardim da marginal de Monte Gordo é a imagem de modernidade desta gente, ainda se deu a desculpa de falta de meios para o manter. Mas isso não corresponde à verdade, jjá que houv meios para arrancar muitas árvores. O resultado foi uma chaga, uma vergonha para o concelho, uma ferida aberta para que os montegordinos, todos os vila-realenses e os que nos visitam saibam de que calibre são os que governam os destinos do concelho.

Mas o desastre é total já que nem concluirão o que seria suposto e prometeram concluir, como o pouco e mau que foi feito está aparentemente embargado e a autarca já admitiu poder vir a ser obrigada a demolir as construções aberrantes que mandou erguer. A imagem mostra a todos o resultado não só das consequências da gestão da São Cabrita, mas também o trabalho do grande especialista em frentes ribeirinhas e cantor pimba nas horas vagas.

A autarca prometeu que as obras recomeçariam em março, suposto que o que está já a decorrer, mais tarde e pelas declarações que fez em sessão de câmara percebeu-se que as obras que seriam iniciadas este mês seriam as do jardim, estariam a aguardar os trâmites da “adjudicação”, palavra usada pela própria autarca. Só que ninguém viu o projeto do novo jardim e se formos à Base Gov não consta lá qualquer adjudicação.

Parece que ganha força aquilo que se vai ouvindo por aí, de que houve um ou vários empresários locais que se ofereceu para compor o jardim. Se isso é verdade faz todo o sentido que isso seja tornado público, que os órgãos da autarquia sejam chamados a pronunciar-se sobre esta nova modalidade de financiamento das despesas públicas, até porque podem haver questões de incompatibilidades a ter em consideração.

Não é aceitável que o Estado ande a fazer peditórios ou que se coloque na condição de aceitar doações que ninguém sabe como foram feitas, quem telefonou a pedir, quanto custou, a que título e por quem foram faturadas. Uma autarquia faz parte de um Estado de direito, não é uma espécie de ONG bandalha ou de associação de excursionistas.