Alguns dos que a frequentam gabam-no no Facebook como a melhor praia do mundo, chamam-lhe agora a praia do Caramelo, uma praia quase deserto, com um grande areal, protegida por dunas que estão entre as mais protegidas da costa Algarvia e com a água mais quente do país.
Ali ao lado, em Monte Gordo, levaram todos os apoios de praia a concurso, as propostas ultrapassaram largamente as concessões em concurso, fizeram-se negócios, recorreu-se aos direitos de preferência. A dois quilómetros, no sitio dos Três Pauzinhos há uma praia inexplorada, que começa a estar na moda, sem concorrência de outras concessões ou de restaurantes. Foram a concurso duas concessões e apareceu apenas um concorrente interessado.
O vencedor foi uma empresa com meia dúzia de euros de capital, com sede numa residência privada em Isla Cristina, com sócios a saltitar e com um representante fiscal em VRSA, que recentemente veio dizer no Facebook que era o dono. Fez declarações abonatórias da palavra da autarca e atacou de forma baixa um partido da oposição.
Mais em terra, a autarquia toma posse do velho Hotel Guadiana, mete-se num imbróglio jurídico em torno da propriedade do edifício, recorre a um fundo para investir uma fortuna em obras. Como o edifico do Hotel é pouco compra a Alfândega por 300.000€, engana os fundos comunitários informando que vai instalar um centro de interpretação do Guadiana e saca várias centenas de milhares de euros para fazer as obras. Mas como ainda era pouco, investiu mais uma pequena fortuna num bar na Ponta da Areia.
Investe todo este dinheiro num momento em que já estava falida e a negociar com o FAM uma ajuda financeira para poder sobreviver. Depois lança um concurso oferecendo tudo isto a troco de um hotel de quatro ou cinco estrelas e apesar da renda simbólica que iria ser pedida a troco de ceder tudo isto durante trinta anos apenas concorreu uma empresa.
Uma empresa de um empresário em nome individual a que pomposamente chama grupo Grand Algarve, uma empresa que tinha um capital de 15.000€ e tanto quanto se sabe nem tinha uma pensão piolhosa!
Que estranho fenómeno terá levado a que em dois concursos tão convidativos apenas tenham aparecido dois candidatos com menos de 20.000€ no bolso, tendo ganho uma praia exclusiva e alguns dos edifícios mais emblemáticos de VRSA. Será que os empresários políticos do país têm medo de receber borlas tão generosas. Com fenómenos destes ainda alguém pensa que estamos no entroncamento.
Resta esperar para ver se os dois projetos sobrevivem, porque na praia esqueceram-se de fazer as obras e no hotel esqueceram-se de fazer as contas aos estudos e às consequências legais de conseguir fundos comunitários de formas tortuosas.
Resta esperar para ver se os dois projetos sobrevivem, porque na praia esqueceram-se de fazer as obras e no hotel esqueceram-se de fazer as contas aos estudos e às consequências legais de conseguir fundos comunitários de formas tortuosas.