QUANTAS ESTRELAS TEM A MARGINAL DE MONTE GORDO



Num tempo em que a bazófia do hotel de cinco estrelas foi levada a um nível enjoativo, devemos fazer uma  pergunta: quantas estrelas tem a marginal de Monte Gordo? A resposta é óbvia.
Para competência na gestão do projeto a presidente da autarquia recebe 0 estrelas pois é o que merece quem ainda hoje não sabe se os WC gigantes vão ficar ou ser demolidos por ordem da APA.
Para o respeito pela legalidade a nossa autarca leva zero estrelas, é o que merece depois de ter mandado construir uma obra ilegal e agora queixa-se do dinheiro perdido se a APA fizer o que manda a lei, que é ordenar a demolição da obra ilegal e de mau gosto.

Para respeito pela princípio do bom gosto leva mais uma zero estrelas já que aqueles cubículos não passam de piroseiras que envergonham a arquitetura do concelho.

Para coerência leva outro zero estrelas já que quem manda derrubar o centro de turismo que era uma construção tipicamente algarvia, argumentando que ali não podiam ficar obras em alvenaria, para depois mandar instalar as aberrações que mais parecem wcs ao avesso não merece qualquer estrela.

A marginal de Monte Gordo devia ser considerada um desastre arquitetónico, primeiro extinguiram a vista da praia substituindo-a por uma ponte de madeira de gosto duvido e construída quando a autarquia já estava na bancarrota. Depois destruíram o jardim e agora está ali um estaleiro que não se sabe quando.

De um lado a bazófia do hotel de cinco estrelas construído com dinheiro da autarquia e onde o investimento de um privado que ninguém sabe quem é foi pouco mais do que o pechisbeque decorativo Made in China, agora proporciona-se aos tais clientes de luxo que dizem pagam mais de 1000 euros por uma suite uma praia transformada numa espécie de bairro da lata de zero estrelas. Do lado poente é um estaleiro de obras que ninguém sabe quando acaba, do outro podem ir ao centro comercial improvisado pelos eleitores preferidos, onde vale de tudo, ali fazem-se barbecues no meio da rua e não se paga um tostão de impostos.

É uma pena que tenham gasto as estrelas todas no Grand House, os nossos autarcas bem precisavam de uma estrelinha ou, pelo menos, de uma luzinha para lhes alumiar as decisões e Monte Gordo bem merece ter de volta as cinco estrelas que sempre teve e que para ter nunca precisou de iluminados ou mal iluminados como os autarcas que temos tido, bastava deixarem a terra como estava antes da invasão dos bárbaros.

PS: Quando é que a nossa autarca informa os cidadãos do seu concelho sobre e, em particular, os de Monte Gordo sobre a razão que leva a que as obras estejam empechadas. Foi decisão sua, foram embargadas por estarem a ser feitas de forma clandestina ou trata-se apenas de incompetência e falta de dinheiro? Parece que os assuntos de todos os vila-realenses passaram a ser uma espécie de segredo de família ou de sacristia.