A LIÇÃO DA IGF AO FAM



Se o FAM tencionasse invocar distração em relação ao que se tem passado em Vila Real de Santo António, já não o poderia fazer depois de o relatório da IGF relativo ao PAEL ter sido tornado público, isso no pressuposto de que os responsáveis e técnicos do FAM o leram.  Como nenhum despacho dos diversos intervenientes mandou dar conhecimento do relatório ao FAM este pode invocar desconhecimento.

Mas pelo que saiu na comunicação social o FAM já sabe onde está metido, o relatório da IGF prova o desrespeito continuado por parte da autarquia de VRSA em relação aos acordos que assina em matéria financeira, mesmo que daí resulte a ruína total do concelho. Aliás, o relatório do FAM em relação a 2017 encontra uma situação tão ou mais grave do que a descrita pela IGF, pelo que não se entende a forma tolerante por parte da FAM em relação à situação.

O FAM está em condições de perceber o que se passa em Vila Real de Santo António, sabe o que a IGF relatou, sabe o que o próprio FAM relatou em relação a 2017, sabe o que se fez em 2018, conhece muitos negócios feitos pela autarquia, sabe quantas centenas de milhares de euros a autarquia destruiu na marginal de Monte Gordo.

O FAM sabe também qual é o padrão de educação dos autarcas, certamente ouviram o podcast da sessão do executivo camarário onde a autarca refere-se aos responsáveis do FAM de forma desprezível e fazendo-lhes falsas acusações. 

O FAM sabe com quem está metido e depois do relatório da IGF sabe como é que se se deve atuar perante situações que podem ser entendidas como ilícitos. A partir de agora o FAM é corresponsável pelo que venha a suceder. O seu papel deixou de ser apenas o de vigiar a gestão financeira da autarquia, o FAM é corresponsável pelo que se passa em VRSA e pelo que possa vir a acontecer ao concelho.

No fundo, o relatório da IGF é um bom conselho ao FAM, mas duvidamos que lhe tenham dado ouvidos.