A POLÍTICA DAS MINIS



Uma beldade bem arreada com um vistoso e caro casaco de peles cruza-se com a amiga Maria, com ar pobre e mal vestida, que não resistiu à tentação de elogiar a roupa da amiga. Como resposta a amiga gabou-se das prendas do António, o seu amante, empresário rico da terra, aproveitou ainda para se gabar das muitas prenda que recebia. A pobre Maria acabou a queixar-se de que a ela o padre Zé só lhe dava santinhos.

Os pescadores de Monte Gordo e muitos outros grupos sociais do concelho podem queixar-se do mesmo, ao longo dos anos e apesar de toda a basófia das políticas sociais de que tanto se gosta de gabar a autarca apenas levaram “santinhos”. Ao amigo da Grand House deram três edifícios, no jardim de Monte Gordo esturraram quinhentos mil euros, ao Morais Sarmento deram centenas de milhares de euros, aos pobres ofereceram umas minis em época de eleições e pouco mais.

A verdade é que a autarca não tem dinheiro para ajudar os pescadores de Monte Gordo, mas vai ter dinheiro para demolir os mamarrachos ilegais que mandou construir na marginal. Não têm dinheiro para os pescadores de Monte Gordo ou para reparar as estradas municipais das zonas rurais do concelho, mas não lhes faltam recursos para organizar manifestações na EN125, para obras ilegais ou para pagar a advogados de luxo.

A política social desta gente não foi mais do que uma políticas de “minis”, vai-se ao bar dos pescadores, bebem-se e pagam-se umas minis e transmite-se a ideia de que são autarcas amigos do povo. Depois, ganhas as eleições gastam-se milhões de euros sabe Deus onde, enquanto para os mais carenciados perdoam-se umas contas da água, organizam-se uns bailes de Ano Novo ou exibe-se o Castelo Branco.

O resultado é um concelho arruinado, empobrecido e não admira que os pescadores de Monte Gordo tenham que se sacrificar para terem um trator que lhes traga os barcos para terra. Aliás, basta percorrer o passadiço para se perceber que os grandes investimentos foram só para os senhores dos Muxamas e dos apoios de praia, quando se chega aos barcos dos pescadores percebe-se que o investimento da autarquia é zero.