SEJAM BEM-VINDOS



Numa terra onde se recusam as auditorias requeridas pela oposição, onde se escondem os relatórios das auditorias feitas por iniciativa da autarquia, onde tudo se esconde e nada se sabe, onde não se responde aos pedidos de informação formulados pela oposição, onde ignoram os pedidos de acesso a documentos administrativos feitos pelos cidadãos, a chegada de inspetores da IGF tem de ser considerada uma boa notícia.

É bom que se saiba que não precisamos de ir a Isla Cristina buscar a justiça, como se estivéssemos no tempo de Santo António de Arenilha quando era de lá que vinha o padre para rezar a missa. É por isso que damos as boas-vindas aos inspetores da Inspeção-Geral de Finanças, uma instituição onde, ao contrário do que sucede no FAM os dirigentes não são boys vindos de gabinetes ministeriais, e cujos relatórios são rigorosos e merecem credibilidade.

Esperamos que analisem processo a processo e nos ajudem a saber o que se passa na nossa autarquia. Desejamos que a IGF faça um bom trabalho, porque é necessário compreender como um concelho que devia ser rico está a beira da insolvabilidade. Sem querer influenciar o trabalho dos inspetores, por os considerarmos competentes e independentes, não deixamos de manifestar o desejo de perceber algumas coisas:
  • Se aquilo que sucedeu com a marginal de Monte Gordo, onde a autarca destruiu oito centenas de milhares de euros só porque decidiu construir o que não podia em terrenos que não pertencem à autarquia é ou não administração danosa.
  • Se a forma como a autarquia foi buscar fundos para reconstruir o Edifício da Alfândega para depois “oferecê-lo” a uma empresa privada foi regular ou se foi cometida alguma fraude.
  • Se é possível contratar avençados do partido sem habilitações e depois pagar-lhes principescamente sem ninguém saber o que fazem.
  • Se é regular gastar milhões e milhões em adjudicações diretas, sendo esta a forma normal de contratação.
  • Se há justificação suficiente para uma autarquia falida e em situação de incumprimento com o PAEL e com o FAM gastar meio milhão de euros em adjudicações diretas a um único advogado num espaço de apenas três meses.

Ficam aqui apenas alguns dos muitos exemplos que poderíamos dar e que nos preocupam.

Desejos de um bom trabalho, um desejos que estamos certos de que é o de todos os vila-realenses honestos e empenhados no progresso do seu concelho.