ESSES SENHORES DO FAM” ...



“Esses senhores do FAM”, para usar a fórmula da São Cabrita para se referir aos responsáveis do Fundo de Apoio Municipal sabiam ao que vinham em Vila Real de Santo António, era um Município falido que lhes pedia a intervenção, já depois de o ter feito no PAEL. Além disso dois dos três membros da comissão executiva do FAM são aquilo a que vulgarmente se designa por “boys”, fizeram carreira em cargos de gabinetes governamentais para cuja escolha se pressupõe haver uma relação de confiança pessoal e política.

Três anos depois do FAM estar presente no Município de Vila Real de Santo António este está melhor do que estava em 2016, quando foi assinado o FAM?

Não está, antes pelo contrário está bem pior. O dinheiro do FAM apenas serviu de balão de oxigénio para o Luís Gomes montasse uma farsa em 2017 para se assegurar que depois dele seria a São, para que mais tarde visse dizer “agora é Luís”. Esses senhores do FAM limitaram-se a fazer de conta que controlavam a situação financeira do Município, para agora virem propor a revisão do PAM, passando o prazo da austeridade de 20 anos para trinta anos..

Aquilo que se está a passar em Vila Real de Santo António é muito grave, até 2016 a Luís e a São levaram o Município à falência. Quando se pensava que a situação financeira não podia piorar, “esses senhores do FAM” vieram ajudar a Luís e agora a São a conseguirem afundar ainda mais a situação financeira da autarquia. Se antes do FAM seriam necessários 20 anos para reequilibrar as contas do Município, depois da “ajuda” do FAM vão ser necessários trinta anos. Se “os senhores do FAM” que assinam os relatórios continuarem a ser os mesmos daqui a três anos vão dizer que sucederam imprevistos, que a sua companheira de partido e cliente do Morais Sarmento foi uma excelente gestora e propõem que o PAM seja revisto para que a austeridade passe de trinta para cinquenta anos.

Brevemente analisaremos o último relatório do FAM, um relatório que estranhamente ainda não está disponível no site daquele fundo, um relatório que em matéria de isenção e rigor vale a pena comparar com o que a IGF produziu a propósito do PAEL. 

Esperemos que uma futura liderança autárquica faça uma auditoria a todas as relações com o FAM e, se for caso disso, solicite à IGF ou ao Tribunal de Contas que faça uma auditoria ao trabalho dos responsáveis do FAM, designadamente dos que assinaram o último relatório daquele fundo, os “tais senhores do FAM” que nos últimos tempos do governo de Passos Coelho tiveram a inteligência de abandonar os gabinetes governamentais para um cargo mais estável e melhor remunerado.