ÚLTIMO RELATÓRIO DO FAM (1)



Tínhamos alguma curiosidade em relação ao relatório do FAM, mais pela abordagem que seria feito do que pelas conclusões. Depois daquilo a que temos assistido não tínhamos quaisquer dúvidas de que o relatório ia ser muito simpático, depois de os responsáveis do FAM terem assobiado para o ar enquanto a autarquia se afundou totalmente para que o “agora é São” ganhas as eleições outra coisa não seria de esperar.

A partir do momento em que os responsáveis do FAM “ajudaram” a São e o Luís a ganhar as eleições é óbvio que estão todos no mesmo barco e o relatório relativo a 2017 serviu apenas para abrir caminho a um afundar ainda mais do concelho em austeridade. Mesmo quando a autarca se queixava do FAM e ofendia os seus responsáveis e o governo de uma forma ofensiva, percebemos que tudo não passava de uma encenação de arrufos de namorados. A autarca recorreu à mentira para fazer um falso pedido de desculpas.

Basta olhar para o percurso profissional dos membros do FAM para se perceber que tanto o p+residente da comissão executiva como um dos seus vogais não são personalidades independentes, antes pelo contrário, são aquilo a que vulgarmente se designa por “boys” do PSD, exerceram cargos de confiança pessoal e política do governo de Passos Coelho que os promoveu para os cargos que agora exercem. Curiosamente o relatório relativo a 2017 era assinado por toda a comissão executiva enquanto este último já só é assinado pelos dois membros que estiveram nos gabinetes governamentais do executivo de Passos Coelho.

Estamos perante uma entidade que pela escolha política dos seus dirigentes estão longe dos padrões de isenção de um Tribunal de Contas ou de uma IGF. Aliás, comparar este relatório do FAM com o relatório equivale a comparar um bom vinho premiado com vinho a martelo. Tem uma qualidade sofrível e um rigor muito questionável. Percebe-se desde o seu início qual é a conclusão e fica-se com a sensação de que esta podia muito bem ter sido tirada antes da sua elaboração.

EM vez de analisar a situação financeira analisa uma realidade virtual, serve para concluir que a autarca é merecedora de confiança, a mesma autarca que o FAM sabe que destruiu centena de milhares de euros com construções ilegais em Monte Gordo. O FAM Vaz vista grossa a tudo e depois analisa uma situação financeira construídas com base nos critérios que servem à conclusão pretendida. Lamentável.