ASSUMA A INCOMPETÊNCIA!



O caso da destruição gratuita do jardim de Monte Gordo é um caso extremo de incompetência recheado de mentiras e agora assistimos a um folhetim pouco digno, com uma autarca a fazer promessas sucessivas de início das obras, ainda que ninguém saiba o que se pretende com essas obras.

Vejamos os acontecimentos:

Por esta altura, no ano passado, a autarca garantia que as obras estariam concluídas antes do verão de 2018, assegurava na rádio Mentes que todos os dias de manhã ia a Monte Gordo inteirar-se do andamento das obras, assegurando-se que tudo iria correr bem.

Quando percebeu que não iria cumprir com o prazo assumido produziu um vídeo onde acusava várias empresas pelo atraso. Pouco tempo depois retirou o vídeo, provavelmente por recear que algumas empresas cujos nomes estavam sendo enxovalhados reagissem.

Entretanto as obras ficaram empechadas e quando se começaram a ouvir protestos, a autarca fez -se acompanhar da sua equipa e visitou o local do desastre. Questionada por cidadãos assegurou que as obras começariam em março. Mentiu e voltou a mentir quando em reunião da CM voltou a fazer a mesma promessa.

Mentiu mais uma vez quando prometeu que as obras começariam em Abril, refinando esta mentira com uma outra em que dizia que as dúvidas resultavam das burocracias da adjudicação. Em finais do mês passado deixou cair essa mentira ao dizer que tinha acabado de assinar a consulta a três empresas empresas, para duas empreitadas, a demolição onde gastou o pouco dinheiro de que a autarquia dispunha e a recuperação do jardim que ela própria destruiu.

A toda esta incompetência se junta a mentira sistemática, mas o mais grave está naquilo que a  autarca tenta esconder a todo o custo, que muito provavelmente destruiu 500 mil euros com uma obra ilegal, construindo onde não podia construir, usando materiais que não podia usar, algo muito grave e vergonhoso que é incompetência a mais uma autarquia gastar dinheiro dos contribuintes com uma construção ilegal. Compreende-se a tentativa de iludir as pessoas, o seu comportamento pode ter consequências mais graves do que a destruição dos mamarrachos e de mais dinheiro do concelho.

Quando começaram a surgir suspeitas sobre a legalidade das construções dos vários mamarrachos destinados a quiosques a autarca sempre escondeu a verdade, Começou que havia um problema que não especificou e prometeu que poucos dias depois iria ter uma conversa com o presidente da APA do Algarve.

Nunca disse qual o teor da conversa e das conclusões, mas na última sessão da CM assumiu que os mamarrachos iriam ser demolidos, jogando-se uma fortuna à rua. Mais uma vez não assumiu as razões da demolição, não se percebendo se num momento de inspiração decidiu redesenhar o jardim por sua iniciativa ou se tudo o que ali fez foi ilegal.

É cada vez mais óbvio que aparentemente estamos perante um grave caso de incompetência e irresponsabilidade. Incompetência por se construir ilegalmente e irresponsabilidade por se construir sem se dar ao trabalho de respeitar as leis. Dizemos aparentemente porque a autarca nunca prestou os esclarecimentos que lhe foram solicitados pela oposição.

A autarca de Vila Real de Santo António, um concelho conduzido à ruína por uma equipa de que ela faz parte desde a primeira hora e onde serviu como vereadora, vice-presidente e presidente, pretende agora fazer um jardim novo e barato, sem explicar quem a obrigou a demolir o que fez, quanto gastou nas asneiras que mandou construir e na demolição do que construiu. Está na hora de exigir à autarca que torne público todo o dossier para que a população tire conclusões sobre a competência, rigor e transparência de quem elegeram para presidir à autarquia. Está na hora de autarca deixar de mentir e de esconder a verdade e de assumir a sua incompetência.

Aquilo que a nossa autarca fez em Monte Gordo, a forma como tem mentido de forma sucessiva, os prejuízos que provocou a um município que ela própria ajudou a arruinar, a construção à margem da lei como parece ter sucedido, a recusa em prestar esclarecimentos pedidos por vereadores da oposição seriam motivos mais do que suficientes para que em muitos países desenvolvidos um autarca fosse demitido. Aliás, muitos autarcas nem esperariam para serem demitidos, fariam aquilo a que moralmente estariam obrigados e não só pediriam a demissão como pediriam também desculpas aos cidadãos que confiaram neles.

PS: Além de incompetência poderá haver a possibilidade de a autarca responder pelos seus atos e pelas consequências financeiras decorrentes de uma decisão que violou a lei. Por isso, o LdF está a estudar as consequências jurídicas e financeiras deste processo.