Estávamos em plena campanha e o agora vice-presidente da
autarquia não cabia em si de contente, não resistindo a colocar a boa-nova na
sua página do Facebook, partilhando o post no Facebook de campanha da São.
Dizia ele
“Compromissos respeitados sempre
Ontem nos foi solicitado uma cadeira de rodas e hoje como
prometido foi entregue”
Para que não restassem dúvida lá aparecia a senhora que
precisava da cadeira, a dita cadeira e um então candidato a vereador fazendo
uma cara que considerava apropriada para a fotografia da ocasião.
O post do nosso sonhador com bares nas dunas não esclarece
quem pagou a cadeira, se foi a autarquia ou se foi a campanha. Se foi a
autarquia teremos que concordar que é melhor oferecer cadeiras de rodas do que
frigoríficos e máquinas de lavar como fazia o Major Valentim Loureiro. Mas, o
Major abria os cordões à bolsa e oferecia muitos electrodomésticos, neste caso
alguém teve a brilante ideia de se aproveitar eleitoralmente de uma cidadã que
estava numa situação de carência para dar um golpe eleitoral.
Se fosse gente de classe teriam oferecido a cadeira sem o
oportunismo de tirar proveito das necessidades alheias, até porque depois de
muitos milhões gastos com um SNS caro e paralelo é de estranhar que tivessem de
chegar às eleições. Até permite desconfiar que sabiam ao que iam e o golpe da
cadeira estava montado.
Mas se foi a autarquia a pagar a cadeira então estamos
perante algo bem mais grave. Como todos estes documentos relativos a esta
aquisição estão obrigatoriamente arquivados, sejam nos documentos de campanha,
nos arquivos da autarquia ou na contabilidade do vendedor, desafiamos a
autarca a exibir uma fatura em nome do PSD.
E já que o tema são cadeiras de rodas lembramo-nos de a (por
enquanto) presidente da autarquia ter respondido positivamente ao repto de um
cidadão deficiente lhe lançou, desafiando-a para procurar um lugar de
estacionamento em Monte Gordo e depois ir em cadeira de rodas até à praia.
Apesar da aceitação pronta do desafio a verdade é que a autarca
não cumpriu com a palavra. Questionada numa reunião do executivo respondeu que
iria cumprir com a promessa mas que não seria quem a desafiou a escolher o
momento, todavia, ainda não o fez. Deve estar à espera que nalguma campanha
eleitoral uma qualquer São lhe ofereça uma cadeira de rodas eléctrica, assim
não precisa de estacionamento e vai de VRSA a Monte Gordo, só esperamos que não
tenha de comer barriga de atum salgada nalgum restaurante famoso do passadiço.
Porque de tensão na CM já basta, não precisamos de um pico de tensão arterial
da presidente.