SERÁ O EFEITO REMAX?




Parece que depois de um ano a conhecer a situação da autarquia a presidente da CM já sabe o que fazer e, aos poucos, vão sendo adoptadas medidas, umas eram exigências do FAM e foram apresentadas como ideias da autarca, outras parecem resultar do desespero.

Aquilo a que o concelho está assistindo já não é consequência de uma dívida que numa entrevista ao Jornal do Algarve publicada em 24 de maio de 2015 um tal Luís Gomes dizia que estaria resolvida até ao final do mandato. A revisão do PAM está a ter um preço cada vez mais elevado e é um resultado de uma gestão em 2017, ano de eleições, que ignorou os compromissos assumidos para com aquele fundo.

A última medida da autarquia parece ser a decisão de vender bairros sociais, um sina de desespero que só pode ser explicado ou por dificuldades financeiras muito sérias ou porque h´um risco de voltar a não se cumprir com o acordado com o FAM e daí resultarem consequências legais muito graves para os autarcas. Só não se entende porque motivo o desespero leva a uma tentativa de venda de habitações sociais, enquanto nada se faz para a acabar com a SGU ou com os muitos avençados da autarquia.

É a primeira vez que uma autarquia vende bairros sociais à pressa, tão à pressa que nada foi levado ao executivo da autarquia e nada foi discutido em Assembleia Municipal, parece ser uma decisão da presidente da autarquia, que pode ser muito bem apresentada como uma auscultação dos moradores. Convenhamos que cartas formais para os moradores referindo um preço e um prazo é algo mais de que uma consulta que a autarca se terá lembrado de fazer.

A autarquia que se gabava das suas preocupações sociais, que sonhou ter um sistema de apoios sociais e um sistema de saúde próprios, que montou uma máquina de ganhar eleições com os votos dos mais pobres, parece que vai querer vender bairros sociais aos moradores que estando vivendo em habitações sociais é suporto terem menos recursos..

Se assim é, a gestão da autarquia começa a ser uma imensa trapalhada, tudo começou com a grande trapalhada do lixo que transformou aquela que era uma zona de férias exemplarmente limpa numa imensa lixeira a céu aberto. Depois foi a venda das águas que foi mantida em segredo até chamarem os funcionários para os pressionar a mudarem para a empresa privada, agora já ninguém sabe se, afinal, há ou não venda das águas. Agora é a venda de habitações sociais e esperamos que desta vez ninguém seja chamado à autarquia para ser convencido a comprar a casa. 

Resta saber como é que as casas foram avaliadas, quem assume a reparação dos edifícios que estejam degradados e como é que pessoas com poucos recursos são levados a endividarem-se porque a autarquia é incapaz de pagar a dívida e daí pode resultar a condenação dos autarcas responsáveis pela ruína financeira do concelho.