Estávamos em maio de 2015 e o dazibao do regime tranquilizava os cidadão de Vila Real de Santo António, o líder garantia que até ao fim do mandato a dívida de Vila Real de Santo António estaria paga. O recurso à troika dos municípios até era apresentado como uma forma de conseguir dinheiro, o líder informava que tinham avançado "uma candidatura ao Fundo de Apoio Municipal (FAM), para 14 milhões de euros, porque queremos dar sustentabilidade financeira ao município. Assim, deixamos de ter o problema de tesouraria que temos hoje." Quem lesse o Dazibao até ficava com a impressão de que FAM ia oferecer 14 milhões.
Claro que o Dazibao se esqueceu de esclarecer o que era o FAM e tudo passou como se tivesse sido mais uma grande conquista do líder. O jornalista ainda balbuciou uma dúvida, mas depressa foi esclarecido …"ficamos com um problema a longo prazo, mas posso, desde já, anunciar que temos condições objetivas para que grande parte da dívida esteja paga no final deste mandato.". Palavra de Luís Gomes!
Curiosamente, nesta entrevista ao dazibao o grande líder faz uma referência curiosa ao Hotel Guadiana:
«Como é que vai funcionar a concessão do hotel? A câmara investe na requalificação e os privados exploram o imóvel?
O dinheiro para a requalificação será pago por quem ganhou o concurso para explorar o hotel. O património continua a ser da câmara municipal. As obras são financiadas pelo programa JESSICA, me»
A que concurso se referia o grande líder, onde está publicado, quem concorreu, quem ganhou e onde está a ata do júri deste concurso? Quanto é que a empresa beneficiárias da concessão sem qualquer concurso investiu na requalificação dos edifícios do hotel ou da alfândega, bem como na reconversão do Don Jota?
Um dia valerá a pena estudar o papel da comunicação social local na manipulação da opinião pública de Vila Real de Santo António para manter no poder uma liderança que conduziu o concelho à ruína. Como é que foi possível silenciar a realidade e as consequências de uma política conduzida por pantomineiros com se tudo fossem maravilhas? Vale a pena estudar a imparcialidade desta comunicação social, bem como as suas relações com o poder incluindo no plano financeiro, desde subsídios aos negócios com adjudicações diretas e sem quaisquer concursos ou consulta com empresas dos jornalistas.
Não admira que até alguns empresários ligados e beneficiários do poder e que nem são do setor da comunicação social apostem tanto do seu tempo em estratégias de comunicação de apoio ao regime.