Vídeo do Facebook de Fernando Calvinho
Mais do que a incompetência, a falta de recursos, a
desorganização ou a preocupação doentia com a imagem, o que mais impressiona em
Vila Real de Santo António é o desmazelo. Aposta-se na fachada, gastam-se os
recursos com obras feitas a pensar na inauguração ou nas clientelas eleitorais
e despreza-se tudo o resto.
O tecto do Mercado Municipal de Monte Gordo, feito em
fibrocimento e que por conter amianto é um perigo para a saúde dos cidadãos e,
em particular, para os que lá trabalham todos os dias, há muito que devia ter
sido substituído. Mas em Monte Gordo os milhões vão para outras obras que são
tão importantes para o regime que justificam que se gaste tanto em publicidade
da sua inauguração do que o que custaria o tecto do Mercado Municipal.
Os sinais de desmazelo total são visíveis em todos os cantos
do concelho, com destaque para a sujidade generalizada, agora disfarçada com
acções de voluntariado que apenas servem para pôr gente a trabalhar à borla para
o Ângelo Correia e a sua Ecoambiente. As ruas de Vila Real de Santo António,
Monte Gordo e Cacela mostram um concelho emporcalhado, onde as autoridades
evidenciam um desprezo por quaisquer preocupações com a saúde pública.
Nos jardins junta-se o desmazelo ao desprezo pela
conservação do património público. Para além do abandono que os jardins foram
votados, com as flores a dar lugar ao lixo, a autarquia deixou de regar muitos
espaços, pelo que muitos canteiros muito simplesmente secaram. Significa que
todos eles terão de ser reconstruídos e para poupar em água acabam por destruir
muitas dezenas de milhares de euros, para além da imagem deprimente que os
jardins abandonados representam.
Podiam-se enumerar casos e casos que mostram uma autarquia
gerida por gente desmazelada, mais preocupada com o penacho ou com as infraestruturas
para o bar de sonho, do que com a manutenção do património, a higiene pública ou
com a saúde dos munícipes.