Ficou evidente no último relatório do FAM que este fundo
deixou de contar com a presidente da autarquia como sua interlocutora, não
explicou se era por considerar que a autarca não tem tempo ou por um qualquer
outro motivo, ao exigir como condição para continuar a dar “oxigénio” à autarquia
que fosse representada no Âmbito do Plano de Assistência Municipal por um
representante, é óbvio que o FAM “dispensou” a Dra. Conceição Cabrita.
Há aqui qualquer coisa de profundamente errado e
inaceitável, em vez de aplicar o que está na lei, o FAM ignorou que a
autarquia assenta em órgãos eleitos pelos cidadãos e opta por chamar a si o
poder de decidir quem manda ou representa a autarquia. Tanto quanto se sabe, o FAM
pode pedir a dissolução dos órgãos eleitos porque a autarquia não cumpriu o
PAM, como sucedeu e consta no seu último relatório, mas não pode decidir quem é
que representa a autarquia.
Numa autarquia falida e insolvente que só tem a porta aberta
porque o FAM vai emprestando uns tostões de vez em quando, o poder é de quem tem o
dinheiro. Assim, e depois de a autarquia ter ignorado durante muitos meses as
condições impostas pelo FAM para rever o PAM, começa a ser óbvio que é o FAM
que manda na câmara. A presidente da autarquia sabe que se disser não ao FAM
cai e sujeita-se a consequências financeiras.
Quem decide o que a CM apoia ou deixa de apoiar, quem decide
o próximo orçamento da autarquia, quem decide sempre que estiver em causa uma
despesa? É óbvio que quem toma estas decisões são o FAM, o contabilista de
Borba e a interlocutora do FAM na autarquia. Significa isto que muito
provavelmente a presidente da autarquia pouco mais é do que um elemento
decorativo.
A verdadeira presidente da autarquia é a Dr. Ana Teresa Guerreiro,
é com ela que o FAM fala, é com ela que o FAM decide. Talvez não fosse má ideia
se o FAM percebesse que Portugal ainda é uma democracia e que cabe aos cidadãos
de Vila Real de Santo António decidirem quem manda na sua autarquia.