Faz todo o sentido exigir a requalificação da EN125 e se essa exigência for feita a pensar no futuro do Sotavente merece o apoio de todo. E quando se diz requalificação fala-e em muito mais do que numa reparação, não pretende reconstruir uma estrada como se estivéssemos ainda nos anos 60 ou 8o, a requalificação deve ter em consideração as necessidades de hoje e do futuro, num horizonte de longo prazo.
A EN125 é o principal eixo que serve as vilas cidades e aldeias do litoral e do barrocal, uma zona onde se misturam as áreas urbanas com urbanizações e habitações turísticas, onde se cruza a população local com turistas e muitos residentes estrangeiros, onde se cruzam gente que se desloca de carro, com gente que se desloca a pé ou de bicicleta.
Agora que o imbróglio jurídico foi desmontado por decisão do governo é tempo de promover um projecto que transforme a EN125 numa via estruturante, que promova o progresso e o crescimento económico da região, ao mesmo tempo que se assegura conforto e segurança a todos os que nela se deslocam independentemente o do meio de transporte que usam,.
Mas vale a pena olhar para o passado e agora que se deixaram de passeatas e outdoors pagos quando já não se tem dinheiro, vale a pena recordar uma entrevista dada por Luís Gomes em fevereiro de 2015, ao jornal Sul Informação, na qualidade de presidente do PSD do Algarve. Dizia o então dirigente distrital do partido que nesse tempo governava:
«Em entrevista ao Sul Informação, o presidente do PSD algarvio afirma: «lamento muito dizer isto, mas aquilo que estão a fazer relativamente à qualificação da EN125 não corresponde à verdade do que foi anunciado. Digo isto com um profundo lamento, porque foi o anúncio do Governo do partido onde eu tenho responsabilidades políticas».
Recordando uma reunião na sede da AMAL, em Faro, com o presidente das Estradas de Portugal, Luís Gomes salienta que o resgate da concessão da EN125, no troço VRSA/Faro, que assim passou de novo para a jurisdição daquela empresa, como uma «solução boa para o Algarve». No entanto, lamenta que as promessas não tenham sido cumpridas: «foi-me claramente dito a mim que se iriam iniciar as obras logo a seguir ao Verão. Daqui a pouco estamos no outro Verão e não se iniciaram as obras».
E para os que insinuaram que este governo se escondia dizendo que a responsabilidade era do tribunal de Contas vejam o que dizia Luís Gomes:
«Parece que há um problema com o Tribunal de Contas», a explicar o atraso no início da intervenção na EN125, admite. «Mas então não se tinha vindo ao Algarve, quase a tratar-nos como pacóvios provincianos, e a dizer: vamos lá enganar estes tipos, que a gente vai atirar-lhes areia para os olhos».
«Para mim, as responsabilidades partidárias não se sobrepõem à verdade. E verdade significa respeito. Como algarvio e como autarca, sinto-me completamente desrespeitado. Acho claramente que os autarcas do Sotavento foram enganados», concluiu o social-democrata Luís Gomes, na sua entrevista ao Sul Informação.»