“Os gajos não se entendem” uma frase dita a por alguém na terra que traduzia as relações entre a atual presidente da autarquia e o seu antecessor, aquele a quem serviu lealmente como vice-presidente num mandato e como vereadora noutros dois. De forma mais acintosa um membro da família da presidente designou a herança recebida com a promoção da vice-presidente como uma “herança envenenada”.
É evidente que se há forças centrífugas que os empurram para a divisão, há também muitos e bons ou maus motivos que os aconselham a unir-se. Cada um terá de pesar o que tem a ganhar ou a perder traindo o velho companheiro. O Luís diz em privado que não quer voltar mas todos os que o conhecem asseguram o contrário. Se as coisas corressem bem em Faro ou numa outra qualquer frente ribeirinha o ex-presidente poderia optar por outra carreira, mas se isso não suceder é certo que tentará regressar.
Também já se percebeu que a atual presidente não só tentará sobreviver até ao fim no mandato e ser novamente candidata. Há até quem sugira que não será de colocar de parte uma candidatura independente e recentemente até surgiu uma página no Facebook que pareceu um jogar de barro à parece para ver se pegava, chegou a ser anunciada uma candidatura independente, mas parece que até agora ninguém deu a cara.
Toda esta incerteza está a enervar algumas personagens, umas vezes aparecem como independentes, outras vezes passam a mão pelo pêlo presidencial ou pelo líder da oposição, conforme o ambiente político. Quando incomodados reagem de forma agressiva ou segredam ameaças veladas aos ouvidos de perigosos opositores. Uma coisa é certa, poucos são os fiéis de Luís Gomes que aparecem ao lado da São ou os apoiantes da São que se deixam fotografar ao lado do Luís Gomes. O ideal era passarem a ideia de que são independentes e depois, quando se aproximassem as eleições bastava ir ao alfaiate mais próximo ajeitar a casaca para as novas modas.
Para já estão com a vida facilitada, parece que a não ser que adiram ao PAN dificilmente terão cobertura nos partidos da oposição, serão mesmo forçados a escolher entre o Luís e a São, desta vez o alfaiate vai ter menos trabalho já que a velha casaca que serviu para apoiar o Luís foi a mesma que foi usada para dar apoio à São. Digamos que são casacas do mesmo pano.