É no que dá a falta de noção do ridículo
Uma das imagens mais ridículas que as relações entre a
ministra do Mar e o PSD de VRSA nos proporcionaram foi a inauguração da
reparação de um mero cais, enquanto nas costas da ministra era visível uma
muralha à beira da derrocada. Mas como a senhora não parece ter a noção do
ridículo ainda se lembrou de ir para Faro elogiar o seu antigo aluno Luís
Gomes, declarando que o aluno teria superado a professora. Só não explicou se
nos métodos de fazer política, se como cantor pimba ou a levar municípios à
ruína.
Face ao desastre da intervenção, às consequências das
notícias vindas no Público e da intervenção duvidosa do seu fiel escudeiro
Apolinário, parece que acenderam as campainhas de alarme na Docapesca. Haviam
jornalistas e cidadãos a olhar demasiado para aquela empresa, a imagem da
ministra estava em queda no Algarve e as desconfianças em relação a um
Apolinário que Passos Coelho acarinhou com uma estranha nomeação para a
presidência da maior proprietária imobiliária do litoral português,
Não admira que, poucos dias depois de José Apolinário ter
sentido uma ferroada a DOCAPESCA se apresse a reparar uma muralha à beira da
ruína e, de caminho, enterrar um esqueleto incómodo e que o podia levar com ele
para o crematório político em que VRSA se pode transformar para alguns artistas
da nossa praça político-partidária. É ridículo emitir um comunicado anunciando
uma obra e no meio, como quem não quer a coisa, para por findo um mega negócio que
muito provavelmente estaria a suscitar curiosidades incómodas. O lógico teria sido o contrário, a verdadeira notícia era a do negócio duvidoso que agora alguém achou melhor dar por encerrado antes que fosse tarde.
Numa semana José Apolinário emite um comunicado vergonhoso
onde por entre manobras de política suja vem em defesa de Luís Gomes, o homem
forte do PSD-Algarve, no tempo que um generoso Passos Coelho o nomeou para
presidente da DOCAPESCA. Na semana seguinte a DOCAPESACA apressa-se a dizer que
ia fazer uma obra e no meio do comunicado atira um esqueleto ao mar, dando por
encerrado um negócio duvidoso que por ser dado como findo não deixa de suscitar
muitas dúvidas que José Apolinário tem de esclarecer.
Não sabemos o que vai suceder na frente ribeirinha de Faro, para
onde Luís Gomes parece ter ido com malas e bagagem. Mas em Vila Real de Santo
António sabemos que estamos de olhos bem abertos aos negócios e negociatas que aqui
são feitas. Sabemos que não reconhecemos a nenhum José Apolinário o estatuto de
vice-rei do Algarve, ainda por cima quando é um derrotado que entregou Faro ao
Bacalhau. Temos a certeza de que a ministra do Mar nunca mais voltará ao
Algarve apoiar a pior direita do país. Estamos certos de que os negócios
imobiliários nas frentes ribeirinhas passarão a ter maior escrutínio por parte
dos cidadãos.
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Recorde-se que esta grandiosa obra foi era notícia do CM em 28-12-2016 que dava conta das declarações do "nosso" Luisinho:
«"A notícia é de extraordinária importância para Vila Real de Santo António, para o Algarve e para o País e permitirá finalmente a requalificação de uma zona que se encontrava degradada há dezenas de anos"»
Que acrescentava:
«"Este anúncio corresponde ao sucesso do exemplar trabalho de parceria que a câmara municipal tem vindo a realizar com a Docapesca e com o Ministério do Mar no sentido de dar novos usos à frente ribeirinha da cidade"»